"EXERCÍCIO FILOSÓFICO"
ARTE DE ESCREVER
« Escrever muito não é escrever bem. Escrever pouco não é escrever bem. Escrever não é escrever bem. Amar é não precisar de escrever para ser pleno por um instante. Toda a escrita é uma assunção de imperfeição ».
Helena Lopes
COMENTÁRIO :
ESCREVER MUITO ... POUCO ... ESCREVER ... AMAR ... em pouca coisa um terrível dilema de alma. ESCREVER, é uma forma de linguagem que pretende ser uma ponte para o entendimento e para acção. Toda a linguagem em si mesma é susceptível de consubstanciar sentimentos. Que sentimentos ? Os que emanam da expressão corpórea que em si, essa sim, talvez imperfeita. Se da discussão nasce a luz, da ESCRITA nasce a comunicação impulsionada pela força do pensar. Toda a ESCRITA é e, sendo, pode revelar/manifestar o ser de algo. E o ser de algo não é, em si, nem perfeito, nem imperfeito... é apenas. Tal como o sujeito que o suporta, em si mesmo, é o que é ! Todavia, ao sujeito - ao Dasein, no dizer de Heidegger - compete filtrar ( pela função da Crítica ) a revelação/manifestação ( aquilo que chamas de assunção ) do ser : nem que seja o fenómeno saído do acto de ESCREVER ! Assim, pelo excelso trinómio escrever/crítica/ser... temos a resultante da ESTÉTICA que para Hegel nada mais é que AMAR ...
Frassino Machado
In CAMINHOS DO PENSAR