A FORÇA DA MEDITAÇÃO

Um monge estava a meditar quando foi despertado por um forte estampido, e à sua frente, jazia um pássaro, fruto da arma de um caçador.

Depois de olhar a pequena ave inerte à sua frente, o monge novamente fechou suas pálpebras e continuou a meditação. Poucos minutos depois, além da ave à sua frente, o caçador que empunhava a arma que abatera o animal, sorrindo falou-lhe:

– Monge, como são as pessoas... eu dei um tiro; tiro certeiro no animal que jaz aí, à sua frente, com intuito de chamar sua atenção e vejo, você, que todos dizem que os monges são homens santos, apenas olhou o pequeno animal com certa indiferença continuou na sua suposta meditação.

O monge, depois de fitá-lo, vendo o pobre e insolente homem rindo com sarcasmo, disse-lhe:

– Ninguém é santo; se o é, não sabe; se sabe, não o diz; eu estava à meditar pedindo a Deus sapiência para os tolos homens. Pedindo ao Pai que lhes dê o saber de compreensão e respeito por toda a Natureza, pois tudo tem vida, tudo é divino... tudo é amor. Mas, como tu bem sabes, fui despertado por um pobre e miserável exibicionista que, com pobreza de espírito abateu uma inofensiva ave. Naquele instante senti que a minha prece não era tão forte como eu imaginava, mas ao olhar o horizonte, percebi que mais três caçadores miravam três aves, e, pensando eles que não me comovi com a morte da pequenas aves, não desejaram mais se exibir e foram embora. Só então eu percebi o quanto a minha primeira prece, mesmo que eu não tivesse notado, fora importante.

Como tu agora me vês, mais sereno que antes... Foi ai que EU TIVE A CERTEZA DE QUE AS PRECES, SENDO ELAS EM SILÊNCIO, CAUSAM MAIS EFEITOS.

Este trabalho está registrado na Biblioteca Nacional-RJ

carlos Carregoza
Enviado por carlos Carregoza em 01/12/2006
Código do texto: T306439