Cálice de cristal
Espere o dia amanhecer para ir-se.
Não vês? Ainda não cantou o galo, e
Lá fora a noite se faz de breu e gelo.
Fica um pouco mais nos meus braços,
Toque de leve o sussurro do silencio,
Inebriado pelo doce do meu perfume.
Noite breve! Não te faças de rogada e,
Serena tua pressa um pouco, para que
Eu possa desfrutar mais alguns minutos
Do aconchego delicado desse momento.
Retarde o sol, e espante o dia para longe
Desse cálice de cristal bordado de vida.
Ah! afasta-te sol de minha vidraça!
Pois aquele que amo em sua luz partirá.
Deixai-me beber um gole a mais de amor