O melhor amigo do homem
O convívio intenso do homem com animais teve início na Pré-História, 10-12 mil anos atrás. Conforme se sabe, o cão (Canis familiaris) foi o primeiro animal a ser domesticado. Existem também registros bastante antigos da utilização de vários outros animais, tais como: carneiros, cabras, porcos, burros, cavalos, camelos, dromedários, lhamas, galinhas, jumentos e gatos. Mas, nenhum desses animais possui um vínculo tão forte conosco como tem o cão.
A maioria dos pesquisadores e estudiosos do assunto acredita que essa longa história de amizade começou quando o homem primitivo lançava os ossos e os restos da sua refeição aos lobos que perambulavam em volta de sua morada. O lobo, pouco a pouco, habituou-se à presença do homem e passou a segui-lo em caçadas e na sua volta ao povoado. Em um dado momento, o homem passou a ter interesse pelos filhotes do lobo e teve a idéia de adotar alguns. Dessa forma, o homem passou a tê-lo nas caçadas, não mais como um simples observador, mas como um parceiro extremamente eficiente, utilizado na procura e na tocaia de animais. Rapidamente, esse animal também passou a ser utilizado na vigilância do povoado, protegendo as outras criações (galinhas, patos, carneiros etc.) do ataque de predadores. Além de servir também para afugentar grupos rivais.
Com o decorrer desse contato, o lobo transformou-se lentamente até chegar a ser o nosso cão de hoje. Atualmente, existem centenas de raças caninas com diferentes características. Alguns cães são utilizados exclusivamente como companhia, enquanto que outros servem para proteger residências e estabelecimentos comerciais, guiar cegos, farejar drogas e explosivos em aeroportos e alfândegas etc. O uso do cão é tão marcante em nossa sociedade que é praticamente impossível imaginar um lugar no globo em que ele não esteja presente. Na verdade, onde há a presença humana, certamente o cão está ali também, ao seu lado.
O que possibilitou essa longa e intensa relação, diferenciando o cão dos demais animais, foi a forma como tudo isso começou. Enquanto o homem, para domesticar os cavalos, as renas, os camelos, os elefantes, precisou capturá-los, empregando a força e as técnicas de amansamento e adestramento, com o cão ocorreu o oposto, pois ele aderiu ao nosso convívio, sem o uso da força, mas simplesmente por uma troca recíproca.
Mas, mesmo assim, muitas pessoas não sabem reconhecer o valor do nosso melhor amigo, tratando-o, muitas vezes, com desrespeito e maus-tratos. Para essas pessoas, vale lembrar que a Lei Federal nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), através do Artigo nº 32, diz que quem pratica ato de abuso, maus-tratos, fere ou mutila animais silvestres, domésticos ou domesticados pode pegar uma pena de detenção, de três meses a um ano, e multa, que, segundo o Decreto Federal nº 3.179/99, varia de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais).
Lembre-se que defender o nosso melhor amigo é uma obrigação de todos nós, portanto, denuncie quem maltrata e fere animais.
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Publicado no Jornal Atitude, edição n. 04, p. 02, de 22/12/2006. Gurupi – Estado do Tocantins. Disponível em:
http://www.atitudetocantins.com.br
Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 397, p. 15, de 14/01/2011. Gurupi - Estado do Tocantins.
Giovanni Salera Júnior
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187
Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior