Na busca da perfeição
Muitas vezes, ansiamos em alcançar um estado de profunda harmonização que nos coloque em constante comunhão com a bondade, a justiça, o amor e tudo que idealizamos como perfeição.
Almejamos em termos uma vida santa, serena, perfeita e muito adequada ao que compreendemos como Caridade e
sentimentos puramente cristãos e
que deve, sempre, se revelar em nossas incógnitas ações.
Porém, no geral, quando nos esbarramos em nossos próprios vícios e imperfeições, ocorre em nossa alma um desencanto. Aí foge a nossa fé, estremece nossas convicções e nasce a desesperança que faz surgir, então, a desilusão.
São nesses momentos que esquecemos, então, que aqui estamos, exatamente, para a nossa própria evolução.
Que o caminho alquímico de nossas realizações é, certamente, para que ocorra, lentamente, a mais bela e profunda transformação de nosso ser que se encontra ainda longe da tão almejada perfeição.
No geral, quando contemplamos o diamante, nos encantamos com seu brilho, com sua imensa beleza, mas esquecemos que ele só é perfeito por que a Natureza o submeteu, ao longo do tempo, a intensa pressão.
Não percebemos, por alguns instantes, que somos como o grafite e o carvão e que, muitas vezes, vivemos no interior da terra na mais profunda escuridão. Que é, exatamente, esta condição que promovera a significativa transformação que fará com que nossas almas, um dia, também brilhem nos céus da Criação.
Temos em nossa essência, em nossa origem, como herança divina e por princípio de redenção, todos os componentes adequados para chegar à perfeição, tais quais aqueles que, hoje, amamos, reverenciamos, admiramos e, também, são alvos de nossas gratidões e, até mesmo, invocações.
Portanto, na perseverança, na humildade, na mais intensa busca que exige paciência, trabalho e tolerância, ao logo do tempo, pode estar o segredo daqueles que hoje são santos, mas que, um dia, foram como nós e, também, cometeram inúmeras imperfeições.
José Paulo Ferrari, 5 de agosto, manhã de inverno de 2010.