Ensaio sobre eu.

Talvez não devesse intitular este texto de ensaio. Mesmo querendo que seja-o. Estou, ultimamente, ensaiando sobre a vida, exclusivamente sobre a minha, tenho sede de muitas coisas, só não consigo dizer quais beberei primeiro.

Fico ensaiando comigo um roteiro, aquele que me descreve como sou, ou melhor, quem sou.

Estou totalmente errada, pois não sei ao certo onde estou.

Durmo como se dormir me levasse ao mundo onde sei quem sou.

Mas será que todos sabem quem são, e o que querem? Tenho a impressão de ser a única com este medo, pois vejo todas as pessoas, no mínimo, decididas.

Será que tenho mesmo que saber quem sou?

É, acho que sim, na verdade não sei o que acho.

Estou sentindo um leve medo de tudo isso. Acabei meu livro, e sinto-me tentada a seguir o raciocínio de Martin Eden (o nome do personagem).

O problema é, que no caso dele, tudo começa por um amor, o verdadeiro amor, pelo menos foi o verdadeiro para ele. E quando este verdadeiro amor é acabado, pela outra peça na questão, ele se perde, só que por esse amor ele se iniciou nas artes que existem no mundo, na filosofia, e na escrita, como eu. Eu só não me iniciei na filosofia, ou iniciei?

Gostaria que, como muitas pessoas, inclusive as a minha volta, entendesse pelo menos um pingo sobre mim.

Será possível que alguém não se entenda?

Uma vez me disseram que para amar outro, é preciso amar a si mesmo. Mas para amar a si mesmo, é necessário conhecer a si. Então não sou capaz de amar, pois não me conheço, e assim, não me amo.

Mas eu amo.

Como posso?

A vida é tão complicada, na verdade acho isso porque tenho medo de pensar que a complicação da vida, está em mim, e não nela.

Sinto que estou numa velocidade menor que a das pessoas a minha volta. Durmo, acordo, como, dou risada o tempo todo, mas isso não me faz uma pessoa feliz.

Sorrir não pode ser sinal de felicidade, no meu caso, parece que é como respirar, natural, e acima de tudo, necessário.

Perdi totalmente o foco, e isso é normal, comigo. Acabo então simplificando que gostaria apenas de desabafar.

Obrigado pela atenção.

Daniele Barbosas
Enviado por Daniele Barbosas em 05/06/2011
Código do texto: T3015802
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