O Brado do Atalaia
Estou revoltado com os acontecimentos. Revoltado com a forma de ser e agir de alguns indivíduos da nossa sociedade moderna. Ícones da falácia moderna e da hipocrisia que se instala nos meios de sobrevivência da humanidade. Pessoas que se acham os donos da verdade e que se instituem como os novos profetas do futuro estabelecido.
As pessoas já não se olham com a confiança que necessitamos para nos sentirmos seguros em meio às avalanches de mentiras e traições que se aprofunda em nossos âmagos interiores.
Revoltado de lutar com quem não quer nada da vida. Preferem permanecer nas profundezas da ignorância a dar espaço para que a luz do conhecimento possa os orientar. Preferem viver dos vícios e malefícios das atividades medíocres a que estão acostumados. Pergunto-me o porquê e as respostas vem em forma de novas indagações. É o mesmo que lutar contra a natureza morta de uma samambaia.
Este espaço é justamente para expor a minha fúria a esse império da ignorância que, a cada dia conquista mais espaço. Como uma epidemia vai se alastrando, dia-a-dia, em direção à conquista total. As pessoas, como insetos indefesos, cedem às mandíbulas tenebrosas desse monstro inescrupuloso.
Minha revolta a essa situação catastrófica se baseia na autocontemplação do mundo a minha volta. Estou revoltado com tudo isso. Não sei por quanto tempo vou resistir a esse ataque. A única coisa que sei é que esse monstro não irá me atingir. De forma nenhuma. Nem que seja o último, pretendo resistir.
Nem tudo está perdido. É possível visualizar, mesmo que para isto seja necessário uma visão aguçada, pessoas que se comprometem a não se deixar levar pela maléfica e pegajosa rotina do “dane-se o mundo” eu quero é ser feliz. Discursos e mais discursos são constantemente expostos nos meios de comunicação seduzindo as massas de que tudo está perfeito. Os pequenos não podem exercer os seus direitos fundamentais por questões historicamente enraizada no nosso país e enquanto isso, na Sala de Justiça, os “heróis” do novo tempo formulam hipóteses de como aplicar bem os recursos.
Já não é possível conformar com atitudes mesquinhas e fugazes que embromam os seres intelectuais de nossa sociedade. E, a revolta maior não é com os analfabetos ideológicos da sociedade moderna, mas com os detentores do poder e do conhecimento que agem como se nada estivesse acontecendo. São parasitas sociais que sugam o sangue de suas vítimas. Passam três anos formulando teorias e pesquisas que possam levá-los outra vez a ocuparem os cargos representativos do povo em geral.
Deixo aqui meu grito de alerta. Tal qual um atalaia eu subo ao alto da torre e, a plenos pulmões, solto o meu brado de guerra: por favor, acordem! O ano de eleição está chegando. Não permitam convencer você de que um saco de cimento ou um sacolão vale o seu voto. Precisamos de alguém que pelo menos tenha a capacidade de exercer com dignidade e ética o seu papel de representante da nação. Não com discursos, mas com ação.