A mudança pelo voto.
Antes a cada novembro, hoje, a cada outubro, o mesmo ritual se repete, a eleição.
Vota-se para vereador, para deputado estadual e federal, vota-se para senador e para a presidência da república. Só para o vice não votamos, ele vem a reboque do “cargo maior”.
Desde o Brasil colônia há o hábito de reclamar enraizado em nossa cultura, reclama-se de tudo e todos: dos reis de Portugal, do imperador do Brasil, da princesa e dos diversos presidentes que se sucederam república afora...
Houve os militares e os civis, os democráticos e os ditadores, o atlético e o intelectual, o do povo e os da elite, os “impostos” e os eleitos (ou reeleitos), os éticos e os amorais...
Houve quem renunciasse, quem sofresse impeachment, aqueles que foram amados e os que foram odiados pela população; houve ainda aqueles que aos trancos e barrancos, com planos econômicos diversos e arrochos salariais, chegaram ao fim dos seus mandatos...
Houve até os vices que se tornaram titulares e para os quais nunca demos um único voto; voto esse que é obrigatório, é “dever cívico”, mas que pode-se justificar (o que raramente ocorre em grande escala).
O povo gosta de votar, tem prazer em escolher seus representantes e governantes, não se priva de seus ideais...
Infelizmente essa população motivada e crédula é a mesma que sofre na pele os efeitos de suas escolhas equivocadas. A falta de uma educação de qualidade impede a formação de cidadãos críticos.
Os investimentos precários em saúde adoecem o povo. A mistanásia (eutanásia social), mata-o pela fome, o frio, as enchentes, a violência urbana ou por simples omissões.
Votar é preciso, mas cobrar também o é, pois viver com dignidade e qualidade, ainda é (ou deveria ser) o fundamental...