Deus é?
Deus é uma abstração,
No princípio a abstração estava e fez todas as coisas
A abstração dava sentido a vida e iluminava o homem
Quando a própria abstração se fez diante de homens
Os que abstraíram a abstração não a entenderam
Porque a abstração se fez mito.
(João 1: 1-14)
Princípio e Fim, Tudo e Nada. O mito agora vive!
Pra quem vive o mito, o mito vive. Vive através da vida de seres míticos.
A luz das estrelas vem ao mundo, são constelações mítica. Feitas de estrelas que são belas e inúteis. A luz vive porque é bela – para quem a vive. E é nada pra quem não vive. A luz das estrelas são belas pra quem as anima, mas nada para quem as olha.
Falar sobre as estrelas, não fazem delas bela. Animá-las faz (rir e chorar). Quem vive das estrelas, sente a luz e torna-se luz. Seres míticos de luz – que dançam. Para esses, as estrelas não ‘são’. Elas ‘acontecem’ e fazem acontecer o mundo.
Para os seres míticos, as estrelas são seres míticos. E eles mesmos são estrelas. Borram-se as distâncias, borram-se as discrepâncias. O que é a vida e o que é vivo se confundem. O que é passo e o que é caminho também. Tudo é animado quando anima-se e animam-se as estrelas. Esses seres de luz são belos, porque fazem e animam o mundo. E também fazem dos seres abstradores, seres míticos. Fazem estrelas. Estrelas fazem caminhos, verdades e iluminam.
Com sentido, que são belas, o belo é vida (não o contrário). A vida é Tudo.
E nada.
*vale lembrar que isso é fruto de uma enrrabada – aprendi com Deleuze, em Fernando Pessoa, e seu poema Ulysses.