A IDADE E A BONDADE

As minhas pequenas experiências de vida, sofridas,ainda não me dão autoridade para definir outras lidas.

Mesmo assim, tenho ousado conceituar, com argumentos, alguns momentos.

Malfadados momentos.

Tenho aprendido que quaisquer opiniões que envolvam paixão, amor,

mesmo tendo uma validade inicial, com o passar do tempo, perdem o valor, por mero esquecimento, ou porque não surtiram o efeito desejado.

As mazelas dos que se achavam acima do bem, dos mesquinhos de coração, continuam com a velhice, ou até exacerbam esse vício.

Da mesma forma, os bons de coração, continuam bons ou aperfeiçoam o reconhecimento pelos favores, pela benemerência.

Todos nós trazemos conosco, ao longo da vida, a nossa marca, o nosso selo de originalidade, que pode ser bom ou mau.

Ele está lá no íntimo, guardado, hibernando. E a qualquer momento pode ser acionado, seja para o bem ou para o mal.

Temos visto que pessoas, antes autoritárias, egoístas, mas que por motivo da perda de poder, passam a transparecer melhores, mais humildes, somente enquanto dura essa perda, mas no primeiro momento em que retomam a possibilidade de mando, voltam também com as mesmas manifestações anteriores.

Muitos respeitam as pessoas pela idade; Mas a maioria esquece que os canalhas também envelhecem e muitos continuam canalhas.

Sujeitos ostentando as têmporas já encanecidas são mostrados envolvidos em escabrosos escândalos. O Congresso Nacional nos tem dado esses péssimos exemplos, constantemente.

Muitos parecem generosos apenas para encobrirem a mesquinhez.

Alguns aparecem como conciliadores para não sucumbirem às próprias cóleras reprimidas.

Outros são pontuais para que ninguém saiba que pouco se importam com o tempo alheio.

Campina Grande, PB, 12 Jan 2006

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