A Ordem simbólica do e no sujeito
Althusser define que o sujeito se constitui na Ideologia simbólica. Tal simbolismo é responsável pela filiação à Ordem, que é o ser-do-Outro, conforme acentua Sartre. Por este, o sujeito, em estado de crescimento ou de ideologização se vê no ser-aí-no-Outro.
Constantemente o sujeito reproduz a Ordem ideológica. Para o sujeito no estado de gênero cabe seguir o processo que legitima os efeitos masculinos e femininos. Aos meninos (crianças) cumpre seguir os ritos de sua propriedade: usar a cor “azul”, falar “palavrões”, brincar de “carrinho”. Para as meninas (crianças), o gênero ideológico forma a Ordem por cumprir os ritos das “brincadeiras de boneca”, cuidar da “casa, ser “carinhosa”. Esse foco dá assentamento ao que todos os meninos e meninas fazem. Com isso, estabelece-se a Ordem no Outro. Sequencialmente o sujeito em gênero adulto (masculino ou feminino) reproduzirá tudo o que o Outro faz como ideologia reveladora do assujeitamento transitório.
Nesta Ordem simbólica, o sujeito transita no processo existencial, revelando-se no Outro. A este sujeito cumpre romper a Ordem para modernizar-se, vez que a transparência suscitada apenas legitima o sujeito como refém do Outro.
Constituído como um sujeito em Ideologia, o foco simbólico que se deve buscar reside no teor da discursividade. Modernizar a Ordem é transitar por ela sob o efeito flutuante da língua, da significação, da simbologia, da história (de meninos e meninas) em processo evolutivo, cujo foco se dá na interpretação da História, a qual deixa de ser Ordem para atualizar os sentidos do sujeito em estado de carência de viver em Si.
Notadamente a Ordem sempre constituirá a simbologia do e no sujeito. Mas ao sujeito em movimento e, sempre em busca de filiações ideológicas cumpre romper a tradição Ideológica (o Outro) para satisfazer seu Eu, que também se constitui de uma identidade transitória. Por isso e, em suma, tanto a Ideologia (a Ordem) quanto o sujeito (em busca do ser-aí-no-Outro) se constituem em processos transitórios devido a tentativa de transparência de ambos não encontrar legitimidade, apenas discursividade.
ARN-TO., 12/05/2011