RITMO
A roda vai...
as pessoas correm
em um andar frenético que gira como os ponteros do relógio
Trabalho, casa, ônibus, trânsito
businas desenfreadas
corra, corra, corra
corra contra o tempo
ou atrás dele
Estresse, ansiedade
dores de cabeça
pânico
gritos
sufoco
aperto no peito
e esse desenfrear febril
do tudo para ontem
sufoca
e espreme o ser
que se exprime com lágrimas
revoltas
doenças
e o corpo geme, grita e denuncia
que é prteciso reduzir o ritmo.
Casos e mais casos
de vida, de dores, sofrimentos e desilusões
sensãção de impotência
tormenta
e frustrações
e em meio a estes emaranhados de funções e disfunções
lá vai o ser
indo
ou sendo levado
a maré vem contra ele
e o ser já se sente sem forças
E lá vem os energéticos
ansiolíticos
gotas mágicas
e capsulas milagrosas
é preciso recorrer a medicina para não surtar
E nesta luts constante pela sobrevivência
o ser se esquece de alimentar-se
de esperanças
alegrias
conquistas e lazer...
Lazer??
sim este tão tido objeto de luxo
e as vezes enumerado como supefluo acessório na modernidade
Chega-se a desenvolver um sentimento de culpa
por relaxar
descansar
e ai se vem os tamponadores da realidade
Vários artíficios para camuflar o ser
ser humano que ñão é maquina
que precisa sentir
ter tempo para respirar
viver
e buscar dias melhores
reduzir o ritmo
a fim de que este acelerar demasiado
não interrompa o seu andar de forma definitiva antes
de ter realmente vivido intensamente...
Ana Lú Portes, Juiz de Fora, 05 de maio, 2011