Friedrich Wilhelm Nietzsche
Louco? Perturbado? Cruel? Irresponsável? Gênio? Agnóstico? Ateu? Visionário? Injustiçado? Incompreendido? Afinal, quem sabe dizer...?
Nietzsche foi um filólogo e filósofo de primeira grandeza, apesar de nem sempre ser entendido.
Viveu em uma época em que a humanidade avançava a passos largos, tanto na Ciência, como na política, na filosofia, na lingüística, na psiquiatria, enfim, em todo o conhecimento humano.
Era um século totalmente revolucionário, tanto quanto o espírito do grande filósofo. Porém, os resquícios de uma interpretação intencionalmente equivocada do cristianismo, em favor , primeiro, da aristocracia e, segundo, da burguesia, irritaram profundamente aquele que nasceu de família fervorosamente cristã.
Os abusos cometidos por essas interpretações, que muito auxiliavam os homens do poder a manipular o povo em geral, insultavam sua inteligência.
O mundo estava evoluindo muito rápido e não se podia permitir mais que o homem fosse subjugado pelo conformismo, pela superstição e pelo medo. Para Nietzsche, o homem havia alcançado tamanha consciência de si mesmo, conforme todas as recém-descobertas apontavam, que não mais poderia aceitar essa dominação que impossibilitava ao homem a transcendência de si mesmo, a superação, a autoafirmação como ser humano.
Estudioso e ardente observador da alma humana, previu a massificação e o controle da humanidade, tendo como desculpa a universalidade, que nada mais seria que o domínio das massas em favor das vontades de alguns. Tentou combater, assim, os mecanismos formadores de opinião ou massificadores.
O que Nietzsche tanto temia e contra sempre lutou torna-se, dia a dia, uma afronta à liberdade humana.
A luta pela sobrevivência é cruel e desumana. Junto a ela, a exploração das vaidades, do egoísmo e da ambição facilitam, sobremaneira, o domínio e a massificação.
Hoje, talvez as interpretações manipuladas do cristianismo não sejam mais a grande força da padronização, da uniformidade, mas, sobretudo, o consumismo desenfreado, a busca da “boa aparência”, a futilidade, a superficialidade consomem a alma humana, aprisionando o ser humano no vazio em que ele mesmo insiste em construir.