Colônias da globalização

O homem ao se dar conta que a caneta tem mais força que a espada e o mouse mais do que as bombas, não precisa invadir territórios para dominá-los.

A brutalidade é gerada pela falta de habilidade nos processos mercantilistas e de negociação.

As metrópoles carentes de recursos naturais procuram obtê-los com trocas, evidentemente que vantajosas, o mesmo procuram as colônias, dentro do possível!

É a sabedoria que diferencia os homens dos ursos.

O urso, ao descobrir uma colméia, onde a colônia de abelhas trabalha para fabricar o mel, a destrói para saboreá-lo. Só se retira devido ao feroz ataque da legião defensora.

O homem, com sabedoria, procura domesticá-las e oferecer locais propícios à coleta de néctar e polinização, como áreas de eucaliptos, laranjais, macieiras, pessegueiros, entre tantas outras.

Por umas poucas ferramentas e apetrechos, os espelhinhos tão comentados, nossos povos indígenas derrubavam e enchiam navios com pau-brasil, vendido pelos portugueses na Europa para tingimento de tecidos. Este corante foi para os portugueses o que a prata americana foi para os espanhóis.

Muitos países por não desenvolverem e também não se aplicarem na exploração intensiva de recursos tecnológicos, para fabricação de artigos de exportação, os obtém em troca de seus recursos naturais.

A tecnologia importada, muitas vezes obsoleta, serve para a produção de bens de subsistência, enquanto a riqueza natural é exaurida sem trazer ao povo a riqueza que proporcionaria o sonhado bem estar.

As barreiras para o desenvolvimento estão mais ligadas aos nossos modelos mentais que estabelecem os modelos de gestão, do que qualquer resistência à disponibilização do recurso pelo criador.

Reservas de mercado costumam gerar atrasos difíceis de serem superados no futuro. Ter a máquina não é suficiente, é necessário saber operá-la e ter consciência do momento de trocá-la.

Em determinada época nos deparamos com um empresário muito resistente à informática. Quando, depois de muita insistência, aceitava trocar alguns computadores na empresa, por evidente defasagem tecnológica, exigia que o novo seguisse um dos dois caminhos: ele teria prioridade em recebê-lo e em segundo lugar seu filho, ainda adolescente, que passava o dia na rede e com os jogos. Os seus eram enviados aos funcionários.

O garoto tinha bom conhecimento das vantagens , lia, sabia sim o que estava recebendo, mas o pai não tinha a menor noção. Desconfiava apenas que era mais rápido.

Esse argumento foi inúmeras vezes usado para convencê-lo a atualizar o parque de máquinas: - Chefe, está na hora de trocar sua máquina, o mercado já tem um modelo mais rápido!

Um espelho novo dá ao cacique conforto e impede Narciso de cair nas águas.

E nós, orgulhosos, deixamos de nos mirar no pequeno objeto e projetamos nossa imagem nas redes sociais. Ah, Narciso, vivo fosse...

O estágio colonial só pode ser superado pela educação que traz conhecimento e disposição para o desenvolvimento. A conquista de mercado, além fronteira, obriga os povos a lidar com novos costumes, línguas e dialetos. Deixam, portanto, de concorrer com gente como eles, para concorrer com gente diferente.

Povos, enquanto não tiverem essa consciência, formarão as colônias da globalização.

Ivan Postigo

Diretor de Gestão Empresarial

Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652

www.postigoconsultoria.com.br

Twitter: @ivanpostigo

Skype: ivan.postigo

Nossas maiores conquistas não estão relacionadas às empresas que ajudamos a superar barreiras e dificuldades, nem às pessoas que ensinamos diretamente, mas sim àquelas que aprendem conosco, sem saber disso, e que ensinamos, sem nos darmos conta.

Ivan Postigo
Enviado por Ivan Postigo em 26/04/2011
Código do texto: T2932453