Por que Ainda Crucificamos Jesus?

A exemplo do que ocorre em muitas cidades brasileiras, aqui em Ribeirão Preto é realizada todos os anos a tradicional encenação da Paixão de Cristo. O roteiro dessas representações teatrais não costuma apresentar grandes surpresas: prisão de Jesus, o julgamento de Pilatos, caminhada para o calvário, crucificação e por fim, a esperada ressurreição do Cristo.

Ao invés de seguirem uma única fonte histórica ou bíblica, quase sempre essas adaptações da Paixão de Cristo misturam elementos dos quatro evangelhos (canônicos) reconhecidos pela Igreja Católica: Mateus, Marcos, Lucas e João, e são adicionadas algumas pequenas invenções para tornar o martírio de Jesus ainda mais pungente. Mas afinal, passados mais de 2000 anos de sua execução, por que ainda continuamos crucificando Jesus?

Pobre Mestre! Se a sua morte teve por objetivo redimir os pecados da humanidade, infelizmente todo o seu sofrimento fora inútil, e mais inútil ainda fora o grande esforço empregado na ressurreição, pois os homens não querem ser salvos, pelo contrário, com algumas exceções, eles querem mesmo é se perder.

Nesses 21 séculos de Cristianismo, a personagem central acabou se tornando um mero coadjuvante.

Sacrificar o Cordeiro de Deus todos os anos serve para manter a tradição do “santo feriado” e da “santa bacalhoada”. Comemorar a ressurreição do Cristo serve como pretexto para devorarmos os deliciosos (tem gente que odeia) e atraentes ovos de chocolate. No entanto, nada disso serve para que você e eu possamos ser pessoas um pouco melhores, o que era fundamentalmente o que Jesus desejava para a humanidade.

Não, o sacrifício do Mestre não foi em vão para os que compreendem que Ele é o caminho, a verdade e a luz, e que seus ensinamentos e exemplos vivos não são apenas para serem admirados, mas, sobretudo, para serem seguidos. É isso o que o Cristo espera de nós.

Quem tiver fé, capacidade e coragem para segui-lo, verá acontecer dentro de si o Reino de Deus, uma figura para significar espírito bom e pacificado.

O mérito de Jesus não está no fato de Ele ter perecido em uma cruz. Seu maior mérito reside na constatação de que esse Espírito Superior, a quem os homens chamam de Cristo, soube como nenhum outro antes fora capaz, exemplificar com atos tudo aquilo que ensinou com palavras. Jesus é o Mestre do Amor. Ninguém amou tanto a humanidade quanto Ele.

Jesus, nosso excelso governador planetário, permanece firme como o timoneiro celeste do orbe.

Retire o Divino Mestre do madeiro infame, pratique a sua Boa Nova e guarde-o no seu coração.