Egos

E se cava trincheiras todos os dias...

nessa guerra de inimigos tolos...

de desejos insanos...de utopias

disputadas na roleta russa...

Mata -se e morre-se em cada página

virada...em cada fim de frase...

em cada conversa mal dirigida...

Soma-se olho no olho descrenças...

vagas acusações...e a lâmina

afiada atravessa sem pudor a alma

que ousa ser livre...

admitir jamais que possa ter voz

aquela que cresceu em rédeas curtas...

E onde entra o altar de oferendas,

o altar das juras e dos louvores...

se banal tornou todo o arsenal de palavras,

e quase tudo perdeu a graça diante

do que não se mistura...não carece de explicações...

Luta desigual...onde não há ganhadores nem os perdedores são

definitivos...

Há um tempo de guerra de palavras...guerra de gestos...guerra de vaidades...de poder...mas a guerra entre a superação e a derrota é árdua

e é travada diariamente sem armas...sem palavras...pela força...pela vontade...entre a carne e o espírito...

Volita o espírito...se alternando com

o corpo que rasteja...preso as amarras

e nessa guerra insana...onde os rasgos

se tornam feridas expostas...

a realidade se faz medida

em cada passo...

Enquanto não se vence a guerra,

enquanto somos inimigos de nós mesmos

nosso ego continua a fazer estragos...

e a carne supera de longe o espírito

que se debate entre um jejum e

uma prece...é preciso se munir de

forças...

dia chegará que a escolha será feita...

e cessarão as lutas...

e no vão das palavras...nada ficará

por dizer...que vençam as

atitudes...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/06/2005
Código do texto: T28636
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