VICIOS E MANIAS
Em se falando de dependência química e dor do co-dependente
Estamos sofrendo, angustiados, nervosos....... explodimos com todos ao nosso redor ou ficamos num canto quietos sem saber o que fazer. Cada qual com suas reações, por causa de uma dificuldade sem perspectiva de solução. E perguntamos: O que devo fazer? Por onde começar? Por que esta depressão?
É que temos dentro de nossa casa ou no ambiente de trabalho uma pessoa dependente químico. Não conseguiremos viver nossa vida sem esbarrar naquilo que consideramos ser o problema que ata, acorrenta nosso “viver de bem com a vida”. O próprio dependente químico, chega num ponto que quer se livrar desse mal que o machuca, marginaliza, fere seu amor-próprio. É discriminado e rotulado na sociedade. Sua auto-estima está a zero.
Criticar, cobrar, exigir, ameaçar, ou alfinetá-lo, não leva a nada. Quem fica doente com isso não é o dependente que já não tem mais nada a perder, mas sim nós, co-dependentes. Em cada família onde tem uma pessoa com dependência química, leva, no mínimo, mais duas pessoas à co-dependência que ficam cada vez mais desesperadas, desesperançadas e cada vez que o dependente sai de casa o pensamento voa: “Ah meu deus...quando será que retornará? Em que estado voltará”? O que aprontará lá fora? Com quem se encontrará? Assim, estamos nos preocupando (pré-ocupando a mente) com medo, ansiedade, angústia aumentando cada vez mais.
Devemos aceitar que, a condição do dependente, não conseguimos resolver sem nos tornarmos pessoas presas em nós mesmos, dependentes das nossas emoções, pensamentos destrutivos, sentimentos com reações diversas. Exigimos demais, ficamos magoados, feridos, opressivos, depressivos, enfim... amargos.
Estamos também, no fundo do poço. Estamos viciados emocionalmente. Fazemos da ansiedade, medo e preocupação... o nosso deus. São, na verdade, dois doentes em casa. Um bom lembrete de Jesus está na Bíblia em João 10.10: “O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. EU vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”. Vida amarga, amargurada não é vida abundante. É morte. É ladrão. É auto-destruição.
O caminho a tomar é evitar que nosso pensamento seja só e unicamente voltado para a cura do dependente químico. Isso, aliás, é uma tarefa do dependente. Nós só podemos conversar com ele e com Deus, orar. Ele, o dependente é que tem de tomar a iniciativa para sair dessa..Fazer a sua parte e pedir a ajuda Divina.
O co-dependente deve cuidar de si para não cair na mesma doença. Ou seja, considerando que a dependência química seja uma doença, ou, talvez seja, ausência de domínio sobre o próprio Eu, o co-dependente não deve se deixar contagiar. Precisa mais do que nunca, manter o comando sobre suas emoções, sentimentos, pensamentos... seu Eu. Não pode se desesperar, desestabilizar. Porque serão dois doentes desestruturados em casa. E aí, como fica? Um quer curar o outro e a coisa se afunda cada vez mais. E acabam não se entendendo mais surgindo discussões, agressões, verbos ofensivos...
Para reverter essa situação é preciso muita oração. E também fazer mudanças no pensar e no agir.
O pensamento é como vento, um vai-e-vem sem controle. Não podemos evitar um pensamento quando aparece, mas podemos freiá-lo e direcioná-lo. Podemos dar um sentido, um significado ao pensamento.
O nobre poeta Bridon, escreve em sua poesia
‘Felicidade’: “Teus pensamentos, atos, palavras e atitudes deverão sempre conter algum significado. Pois só assim é que descobrirás o que procuras”.
Se procuramos cura para o dependente, devemos manter nosso pensamento salutar, otimista e perguntar-nos: ‘o que posso fazer?’ Eis um significado. Manter-nos saudáveis física, moral e espiritualmente e encontraremos o que procuramos.
Na maioria das vezes ninguém pode curar, libertar um dependente. Como já frisei, o desejo da libertação da dependência precisa partir do dependente e para isso é necessário tomar algumas decisões e fazer mudanças na sua vida, e daí entra o trabalho do co-dependente, podendo orientar, internar para uma desintoxicação, encaminhar para entidades de auto-ajuda e casas de recuperação e orar muito.
At 1.8 reza: “Mas o Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os extremos da terra.»”
O caminho não é fácil. Surgirão muitos obstáculos. É preciso ser perseverante na busca do Bom Deus, procurar não desanimar. E se houver momentos de desânimo, tornando nosso entusiasmo vulnerável, mas quisermos vencer, teremos de insistir na presença do Espírito Santo em nosso coração e procurar ajuda. Não podemos desistir e não devemos ter medo de fracassar. Se fracassarmos, não devemos nos envergonhar de levantarmos de novo e continuar nossa luta. E para enfraquecer os males vamos convidar e invocar Jesus para fazer morada em nosso coração, em nossa vida. Que isso seja uma constante.
Para finalizar deixo aqui um registro que li. Não lembro do autor nem onde está escrito.
“O que é vício?
O vício se assemelha a uma doença porque é contraído por vontades e hábitos. Assim como uma laranja começa a se estragar, rapidamente ela apodrece; assim o homem, contraindo um vício, depressa cai na dependência. Para combater os vícios devemos exercitar-nos no domínio de nós mesmos – nossos pensamentos, desejos, palavras e ações”.
“O que é virtude?
É a habilidade adquirida com constante exercício de praticar o bem e a inclinação da vontade para o bem. Quem pratica esportes ou ginástica vai aos poucos adquirindo habilidade e inclinação para tal esporte. Isso também vale para a prática das boas ações. Praticadas com freqüência, criam a virtude”.