Outra vez
Queridos leitores,
Resolvi começar a escrever outra vez, porque as pessoas acham que eu escrevo até direitinho e porque eu não tenho uma pessoa com quem conversar. Bom... Na verdade talvez eu tenha varias pessoas com ouvidos disponíveis, mas, não há uma vontade real de abrir a boca e dizer uma palavra sequer. Sei lá, quando falamos geralmente é um desastre! E acho que apesar da aparente frieza da escrita a possibilidade das pessoas imaginarem e organizarem através da leitura o que é dito torna possível entender até o mais caótico dos meus textos. Dizem que “os olhos são as janelas da alma” e digamos que eu prefira ser vista com os olhos que com os ouvidos.
Vamos a historia, algumas confissões e uma constatação, não necessariamente nessa ordem. Até porque ordem é algo que infelizmente está totalmente fora do meu controle. Minha vida virou um caos nos últimos dias e se o problema é meu ou se o problema sou eu, ainda não descobri. Aceito sugestões!O que aconteceu?
Xiiii aconteceu muita coisa. Digamos que eu me perdi em algum ponto deixei algumas ambições “subir a cabeça” ou descer ao mais profundo do meu ser.E como uma vilã de novela das 7 (dessas do pior tipo,aquela que fica boazinha no final) quando me dei conta o meu “lindo” castelo de cartas estava desabando por meros detalhes. E a sequencia é que perdi praticamente tudo que construí em quase três décadas de existência. E o “pior “ e mais piegas é saber que na verdade o que mais me abala não é ter passado de vilã das 7, a mocinha das 8h (as que comem o pão que o diabo e o elenco inteiro de vilões amassou). Eu sei bem que tenho plena capacidade de restabelecer o que coloquei a baixo e fazer até melhor. Mas o que me dói realmente é a parte mais “piegas” da historia, um coração partido. Como poderia um músculo apresentar uma fratura cominutiva ?
Se alguém olhar meus ecocardiogramas acho que é possível descobrir. Brincadeirinha. Eu sei que isso não é possível ver com exames. Nem é preciso, sou transparente. É visível. A única coisa que sempre disfarcei muito bem foi a solidão que sinto desde... sempre (eu acho). E o que despedaça o meu coração não são os “nãos” que ouvi pelo caminho, ou algum “adeus”. O que faz até os meus ossos doerem não é o que já fizeram comigo, mas, o que não fizeram. Não fui correspondida. É fato.
E olha que eu não sou fã de rosas, odeio aquelas coisas que dizem que tem forma de coração e infestam as vitrines em dia dos namorados e não faço questão que a pessoa em questão grite ao mundo inteiro que me ama. Basta estar junto, as vezes, não precisa ser toda hora porque superexposição é algo deveras perigoso. Alguém que diga que vai ficar tudo bem, que goste de sexo, música, filmes e que pelo amor de Zeus não tenha um “humor do cão”, um pouquinho de ranzinzice pode até ser charmoso, mas gente mau humorada assassina o meu tesão. Em outra oportunidade eu descrevo detalhadamente como é o” meu tipo”. No momento, apenas gostaria de enfatizar que é sempre assim :
Eu amo – gosta de mim.
Eu amo- me admira.
Eu amo- tem tesão em mim.
E tem o outro lado da moeda claro:
Me ama – Eu gosto.
Me ama – Eu tenho um baita tesão no danado.
Me ama – Eu curto se num tiver mais nada na lista de prioridades.
E tem “A alternativa”, minha “favorita”:
Amo –Me ama de volta.
Mas não funciona! Simplesmente não funciona! Ou as famílias se odeiam, ou o sexo é decepcionante, ou a pessoa muda para o Cazaquistão por alguma causa nobre, ou eu estou as voltas com uma das minhas temporadas de furacões.
Não sou santa. Nunca nem me atrevi a dizer algo similar. Não sou boazinha, também não sou malvada (mas sou muito boa nisso quando preciso). Sou um monte de coisas algumas boas outras nem tanto, mas, deixo pra falar disso quando fizer uma apresentação melhor sobre eu e meus “eu´s”. Acho que até o momento já passei pelas confissões e de certa forma, contei o “fim” da historia. Faltou só a constatação, eu costumo dizer que “As vezes a pior coisa que acontece a uma pessoa é o melhor que poderia acontecer”. Sei lá, por que, conheço muita gente que fez coisas incríveis depois de uma reviravolta na vida, seja um acidente, o fim de um relacionamento, uma mudança indesejada no trabalho. Não sei bem como essas pessoas fazem isso, como conseguem sair “das cinzas” às “estrelas”, com uma ideia brilhante, ou um golpe do acaso... Ah, esse tal de acaso, também falarei disso depois.
Como eu disse: eu não sei como as outras pessoas dão a tal “volta por cima”. Mas, algo me diz que eu vou descobrir. Afinal, se não estou “nas cinzas” ainda é só uma questão de tempo até essa brasa de mais um amor não correspondido terminar de queimar o que restou. Espero que aconteça logo...Pois, pra recomeçar é preciso um fim...Ou não é?!