inferno aos lados

saio cedo e buso jornal e pão.nada que não tenha visto.

minha pele fraca volta em refúgio ao quarto abafado.é doa de semana e,mais um dia quente e desnorteado.

a alma acompanha tudo em silêncio.muda e infeliz,na trajetória do corpo.

um instante,há uma melodia brotando...besteira,o inferno acorda,estala carne e ossos,pra de novo se curvar à sombra sufocante.não há melodia que identifique minha dor.a alma sabe e não se rebela mais.não,não há a menor força a ser feita,a menor intenção.

os dedos se acomodam no travesseiro.o sol que se promete alcançar o colchão vai cegando ao poucos,ele me assusta.me viro pra parede e balbucio uma prece esquecida pela metade.

o corpo se entope com um suspiro abafado junto ao um grito escondido.