Como o Espírito amalgama o Corpo e a Alma?

Acredito que existam partículas energéticas menores do que os neutrinos e que não podem ser classificadas como energia, mesmo sabendo o quanto é relativamente desconhecida para o homem a energia.

Com base no que sabe sobre a energia, o Homem conseguiu mandar naves à Lua e ao Cosmos, mas são empreendimentos gerados pelo pensamento, “que parece uma coisa-à-toa, mas como é que a gente voa, quando começa a pensar” - como diria Caetano Veloso ,na letra de sua música “Felicidade”.

Se a base do empreendimento humano, para emprego da energia, é o pensamento, qual seria, então, a composição natural do pensamento e que lhe proporciona essa capacidade de gerar fenômenos transcendentais e fatos materiais?

O pensamento é associado até mesmo à nossa existência, como entendem os racionalistas, daí a célebre frase de Déscartes: ”Penso, logo existo.” Mas, sem querer ser pretensioso, pois esse é um texto de literatura, e não de filosofia ou ciência, vejo problema nessa máxima filosófica.

Será que penso mesmo, ou estou pensando que penso? E mais ainda, ou estou pensando, que penso que estou pensando?...E assim, chegaremos a uma regressão infinita com a variável independente, que é o pensamento, ao qual está subordinada a nossa existência, como variável dependente.

Os dois elementos, pensamento e existência, em regressão infinita, ficariam desprovidos de espaço e tempo e de forma e conteúdo, e tudo aquilo que os racionalistas conceberam até hoje – e de resto toda a filosofia estruturada sobre a Razão – se reduziria a nada.

Questionada a própria existência da Razão, desaparece também a filosofia baseada na emoção, na idéia e nas formas, e até mesmo o transcendentalismo. E o que resta, sem pensamento e sem existência? Nem mesmo os átomos e neutrinos, mas tão-somente algum tipo de amálgama, ainda desconhecido, contido no “sopro divino”.

Sopro ou imanação do Espírito sobre o Corpo e a Alma, que imagino que penso que possa existir além dos neutrinos, não sei se como “energia”, pois até a minha imaginação poética,nesse momento, também se encontra em regressão infinita: Imagino que imagino...

Feichas Martins
Enviado por Feichas Martins em 09/02/2011
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