RECOMEÇO

Um novo ano

Um novo tempo

Alegria nos entremeios de tristezas e saudades

Festa e destruição

tragédias escancaradas na tela da TV

Para quem quiser ou não ver

Sentir, viver e compadecer-se

Uma vida em construção

se esvai em minutos de destruição

Paredes, móveis, choros e mortes

Corpos inertes navegando diante de si

E nada se pode fazer, conter ou deter

A fúria da água e o grito de sofrimento

Em meio às perdas é preciso recomeçar

tirar água das pedras, como diz no dito popular

Jogar sementes em terras áridas

Recomeçar do nada

sem teto, sem chão, sem vão, sem entes

É necessária uma força maior

que ultrapasse o pensamento ou razão meramente humanas

é preciso crer para ver

vizualizar o impossível

sonhar

alimentar a esperança

e mesmo em meio a tragédia ser grato pelas pequenas coisas

pelas menores conquistas até que as grandes venham por acréscimo.

Ana Lú Portes, Juiz de Fora, 04 de janeiro, 2011.

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 04/02/2011
Reeditado em 04/02/2011
Código do texto: T2771239
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