A velha figura de que não somos ilhas deve ser vista com alguma ressalva, como aliás todo conceito referente a nós, seres racionais.
Cada um de nós gira em torno de uma individualidade indescritível, imensurável, impermeável e que guarda relação apenas com a unidade Divina Cósmica. Mas, derredor dessa individualidade, envolvendo-a, estão as camadas de persona ou ego (inclusive o corpo físico (para quem vive na crosta terrestre), com destaque para o cérebro, e suas vontades) constituindo todo o complexo a que chamamos ser humano ou ser racional.
Quanto mais dessemelhante do centro ou indivíduo está uma camada de persona, mais densa ela é vibratorialmente e mais próxima está das vibrações terrenais.
O curso das ações desenvolvidas no contínuo espaço-tempo de cada um, como iniciativa do complexo para fora ou como iniciativa de fora para o complexo, vai formando, reformando, deformando e transformando este, aproximando-o ou afastando-o das vibrações do centro.
As decisões prevalentes de iniciativa do próprio complexo, especialmente as oriundas da persona da consciência racional, são as mais decisivas(ops!) nesse processo mimetizador.
Por intermédio da persona da consciência racional, precisamos tomar decisões em vários níveis relacionais com vários outros complexos raciocinais, com o tempo, com o espaço, com as ações e reações e conosco mesmo.
Algumas decisões são benéficas ou maléficas, agradáveis ou desagradáveis, úteis ou inúteis, insulantes ou continentalizantes, seja para uma persona do complexo de si mesmo ou de outrem, seja para outra, seja em detrimento de uma ou de outra.
Vivemos num fluxo de relações em série e em paralelo com todas as personas de cada um de nós mesmos e com todas as personas dos outros complexos, tanto da dimensão terráquea quanto da dimensão transterráquea vizinha.
Quanto mais se decide em favor dos interesses das personas vibratorialmente mais próximas do seu centro individual, tanto mais qualidade de vida se agrega a todo o complexo pessoal, ainda que contrariando interesses de personas vibratorialmente inferiores ou exclusivamente terrenais.
A decisão firme e resoluta de seguir por um caminho de comportamento ou de atitudes favorável a uma persona vai criar, inicialmente, uma ilha vibracional em relação às personas-continente contrárias a esse caminho.
Mesmo assim, a ilha sempre estará ligada ao continente, pelas águas e seus solos subaquáticos e pelo ar e seus ventos e mistérios.
Com o tempo, e a depender da força de influências de uma sobre as outras, a ilha poderá atrair o continente para si ou o continente poderá atrair a ilha para si. Vai depender da superdominância da sequência de decisões insulares. Se estas decisões estiverem, na média, se aproximando da vibração divinal do centro ou indivíduo, a ilha vai arrastar o continente, ainda que tectonicamente, para si ou para o si. Mas se tais decisões estiverem mais coincidentes com as preferências vibratoriais telúricas, a ilha será atraída para o continente e se fundirá com o padrão superdominante das vibrações menores maiores.
Enfim, somos ilhas e somos continentes uns em relação aos outros, quer em nível intra, quer em nível inter-relacional, a todo momento, a cada decisão, ainda que pertencendo todos ao planeta Terra com seu território espiritual circunjacente (faixa do mundo espiritual com uma prevalência de vibratorialidade mais próxima à da Terra), com suas supercordas vibracionais e suas oitavas influenciantes na insularidade e na continentalidade de cada um de nós.
O único nível vibracional que deve conter ou continentalizar todos nós, independentemente dos insulamentos de cada um em outros níveis preferenciais, é o amor, que é uma nota livre e que permeia todo o pentagrama das relações interpessoais. O amor harmoniza qualquer acorde, mesmo de cordas diametralmente dissonantes em termos de padrão vibracional, ainda que salvaguardadas as necessidades de afinamento próprio a cada tom, pelo diapasão da solidariedade e compreensão universais recíprocas. Sempre dá boa música.
O bom é estarmos todos juntos, de uma forma ou de outra, ainda que um ou outro não interagindo com as preferências majoritárias alimentadas pela psicologia de massa dos indivíduos coletivos ou influenciadas pelas vertentes ideológicas capitalísticas e desumanizantes. É se estar só em algum nível, mas junto, solidário e afetivo em outro, com quem puder, permitir ou conceder contradanças harmoniosas entre diferentes estilos, todos unidos pelos laços do respeito e da compreensão.
NÓS SOMOS MESMO É ARQUIPÉLAGOS INTERCONEXOS E SEUS NÓS
Apesar de seres sociais, somos também seres individuais, e precisamos, por isso, de vez em quando tocar menos para tocar-nos mais, nos afastarmos, nos recolhermos, nos abstermos do mundo, nos encavernarmos, para recarregarmos as baterias e realinharmos nossa espiritualidade com Deus. Daí a importância dos retiros, das meditações, das orações, do jejum ou até mesmo de um leito hospitalar, da cela de uma cadeia, de um deserto. De toda forma de afastamento se pode tirar proveito ascensional. Depende do propósito e das relações mobilizadas durante o insulamento voluntário ou forçado. Mas só devemos mesmo fugir é do continentalismo massificante, desumanizante e inconscientizante disseminado pelo capitalismo neofascista da atual contemporaneidade.
O espírito do capitalismo atual, fortificado pelo marketing aético (ora moral, ora imoral), resume-se mais ou menos no seguinte discurso: que os consumidores paguem o que for exigido pelos fortes da rua. Do contrário, perderão a proteção da liberdade contra os malfeitores que representam formas de governo opressivas e anulantes da vontade individual. É um espírito subliminarmente terrorista. Prega também o enriquecimento “legalmente ilícito”, ainda que sob o manto da ideia de que se trata de um “remédio amargo” para proteger o bem comum ocidental contra o Socialismo, que era tido como o veneno comum ameaçador da liberdade!
Em verdade, o que se vê hoje dia é um neofascismo sociomonstrificante disfarçado de liberdade individual, que “defende” a não padronização político-ideológica. Só que, no fundo, dissemina mesmo é uma espécie de fascismo de padronizações mentais e sociais voltadas para o consumo irrefreado. Essa reificação (ou coisificação ou, talvez melhor, monstrificação) tende a nos transformar em continentes programados para o consumo em massa.
Em verdade, o que se vê hoje dia é um neofascismo sociomonstrificante disfarçado de liberdade individual, que “defende” a não padronização político-ideológica. Só que, no fundo, dissemina mesmo é uma espécie de fascismo de padronizações mentais e sociais voltadas para o consumo irrefreado. Essa reificação (ou coisificação ou, talvez melhor, monstrificação) tende a nos transformar em continentes programados para o consumo em massa.
Na média, ainda que nos insulemos circunstancialmente por alguma razão ou outra, vamos acabar atraindo, nos atraindo, ou sendo atraídos para o mundaréu novamente, mesmo agora selecionando nichos, vínculos e outros apegos.
Nem só de individualidade sobrevive o homem. Somos também seres sociais ou gregários, por sentença condenatória. Não tem para onde recorrermos. Precisamos vitalmente da interação social.
E a mesma sentença diz também que, além de sociais, somos igualmente seres andantes. Vivemos nos deslocando para destinos múltiplos, de acordo com vários fatores decidicionais, circunstanciais e impositivos. Mas nos deslocamos todos também para um grande destino comum, sem fim, decididamente, na direção de Deus. Isso vale para as pessoas circum-individuais, pessoas sociais, pessoas nacionais, pessoas continentais e pessoas planetárias. O importante é, seja onde, seja para onde, seja com quem e seja para quem precisarmos ir ou momentaneamente voltar, não largarmos a nossa bagagem de mão, com nossos pertences éticos, mesmo quando excursionamos até o longínquo continente de si mesmo.
“Nada mais próximo, porém nada tão distante quanto o Criador da criatura; nenhum continente é imaginariamente tão longínquo do homem quanto o seu próprio mundo interior.” – Inácio Ferreira, escritor espiritual, em seu livro de relatos “Na Próxima Dimensão”.
Atrair-se, de acordo com o acorde. Trair-se, jamais. Integrar-se, a combinar. Entregar-se, conforme a vibração. Esse é um poderzinho, ainda que estimulado, que cada um de nós, seres conscientes, tem: o livre-arbítrio de escolher caminhos, seja contido em um recôndito ambiental, seja no íntimo da própria consciência, seja mesmo imobilizado em um coma profundo. Só não podemos é evitar que esses caminhos levem a algo ou a alguém ou que sirvam de passagem para algo ou para alguém vir em nossa direção.
O bom é cada vivente, agente e reagente ser uma ilha dançante e pulsante, sintonizada com os outros pontos geográficos, estelares e vibráteis, através da ressonância magnética, da ressonância pensamental e da ressonância das energias crístico-sentimentais.
Há ilhas intelectuais, filosóficas, psíquicas, nutricionais, comportamentais, religiosas etc. Idealmente, só não deve haver ilhas afetivas. Que se seja uma ilha de qualquer espécie, sozinho ou em grupos isolados, desde que se esmere em ser simultaneamente um incontido continente de amor contente e contentador. Idealmente.
Em síntese, não existe ilha nem continente humano absolutos, especialmente porque as pontes principais que nos ligam uns aos outros são feitas dos mais dinâmicos dos materiais imateriais, a saber, as cordas quânticas.
E tudo isso, enfim, sem perder de foco aquela grande lição do Mahatma Gandhi. Perguntaram-lhe por que ele, um homem tão virtuoso, não se afastava da sociedade tão defeituosa e cheia de vícios e não ia viver numa caverna qualquer do deserto. Ele respondeu serenamente: mas eu já tenho essa caverna dentro de mim.
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A Terra é uma pessoa.
Toda a Terra, em si, é também uma ilha-continente, que, sideralmente, integra um universo-ilha chamado Via Láctea, que também tem seu quê de continentalidade, e por aí afora.
Contudo, quanticamente, a Terra vem sendo arrastada para outra ilha-continente de padrão vibracional superior. Por isso as agitações em vários níveis que estão assolando o planeta, porque o deslocamento não está sendo tão lento como em outras eras. E isso não tem nada a ver com as chacoalhadas que nosso planeta sofre a cada vinte e cinco mil anos, conforme recentes afirmações de entendidos. Muito menos tem a ver com o advento da chamada Era de Aquário. [As eras astrológicas do planeta se sucedem a cada dois mil anos, em sentido contrário. Estamos saindo da Era de Peixes (da implantação do evangelho crístico) e ingressando na Era de Aquário, que abriga o peixe, ou seja, que vai dar vida plena ao evangelho.]
Independentemente das grandes mudanças geológicas e climáticas que vem sofrendo, a Terra, como unidade univérsica geoespiritual e psicovibracional, está na iminência de se submeter a uma ascensão na gradação dos mundos. Estamos no fim de uma superera. A Terra deixará de ser um mundo humanal e espiritual de provas e expiações, para ser um mundo de regeneração (ou nova Canaã, ou nova Jerusalém, ou Paraíso Recuperado, na linguagem bíblica).
Quando o Cristo aportou pessoalmente na Terra há cerca de dois mil anos, incluiu na sua missão super-revelacional, também, a preparação das nossas consciências para esta macromudança quântica terráquea, que encerra um ciclo bem maior na onda evolucional dos mundos habitados.
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O padrão vibracional das decisões de cada um de nós, seres racionais, agora bem mais marcado, também, por níveis sub, super, ultra e transrelacionais, é o fator principal que ‘autodecidirá’ se cada um de nós se manterá ligado à Terra à proporção em que ela for se elevando vibratorialmente; se virará ilhas vibratoriais de oitavas abaixo, indo para algum mundo vibratorialmente semelhante ao que já foi a Terra milhões de anos atrás (“lago de fogo”, “inferno”, “geena”, na simbologia bíblica); ou se subirá para um mundo superior, também chamado por algumas religiões de “mundo dos Santos de Deus”.
Como não existe inferno ou condição infernal que dure para sempre, quando rebeldes ou maus se elevarem consciencio-moralmente, hão de emigrar para mundos mais felizes.
O que importa é que, seja para onde formos ou onde ficarmos, possamos contribuir para os novos acordes da canção universal que brevemente estreará no Teatro Terra.
Vamos afinar o instrumento psicobiofísico, cuidando da saúde em vários níveis: físico, emocional, espiritual e especialmente afetivo. Ou Você não quer tocar na nova orquestra? Ou só quer dançar? Ou só quer assistir? Ou já quer sair do teatro? O grande concerto ainda vai começar. Fique! Você tem seus talentos!