[Isto porque eu tenho tentado montar e manter uma linha de raciocínio em quatro dimensões (contínuo tempo-espaço) e em cinco dimensões (universo paralelo ou mundo espiritual). É meu hobby, minha distração.]
 
Às vezes tenho uma inexplicável saudade do futuro, mesmo tendo convicção de que ele não existe nem nunca existirá como realidade objetiva. O futuro é o único lugar para onde estamos sempre indo, mas aonde nunca chegaremos. A única certeza que temos é de que há um relógio natural que nunca se quebra, nunca se atrasa nem nunca se adianta, a que chamamos de tempo. Ou Você acha que a Teoria da Relatividade, de Einstein, ainda é apenas a ponta de um iceberg sobre essa questão? Sem dúvida. A atual Física Relativística se baseia apenas nas grandezas matéria e energia, mas ainda não agregou o elemento inteligência
[1], em suas versões macro e micro, nos seus objetos de estudo. Quando isso acontecer, haverá, aí sim, a verdadeira revolução que a humanidade está esperando para a maior reviravolta no conjunto das suas ações destinadas e destinantes.
 
{“Orai e vigiai”, mas também controlai, organizai, trabalhai, estudai e correi para o abraço. }
 
Estamos modificando o passado e o futuro e sendo modificados por eles, sempre.
Consciencialmente, podemos viajar no tempo, ao ponto de alterar o curso do nosso passado e do nosso futuro. É uma viagem para frente ou para trás, sem sair fisicamente do lugar.
A viagem para o futuro faz-se pela “progressão de memória”. Esta é a mudança do nosso presente e, consequentemente, do nosso futuro, a partir das mudanças de planos, projetos, sonhos e esperanças, por nossa livre iniciativa. Assim, podemos mudar por nós mesmos os rumos do nosso futuro. É o que podemos chamar de autopoder, embora ele não seja absoluto. Mas também unidades energéticas inteligentes podem interferir no nosso futuro através do heteropoder. É quando tais unidades, boas ou más, influenciam em nossas decisões atuais soprando laivos do que nos acontecerá no futuro. Isso a depender, ou não, do que estamos fazendo ou do que estão nos fazendo, do que está acontecendo ou do que estamos fazendo acontecer agora.
Esse poder de precognição acontece em nossas vidas mais do que imaginamos. Quem é experto no jogo de palitinhos que o diga!
O psiquiatra estadunidense Brian Weiss tem desenvolvido clinicamente o que ele denomina de “terapia de vidas futuras”. Em seu livro “Muitas Vidas, Uma Só Alma”, ele conta que muitos pacientes submetidos à progressão de memória começam a ver o próprio futuro. É o que ele chama de “futuro mais provável”, que pode contudo não se realizar, se o paciente, alertado, cuidar de evitá-lo. Isso nos remete à ideia de que há duas realidades paralelas futuras à disposição de cada um de nós, a partir de uma bifurcação de caminhos. A depender do caminho que escolher seguir, cada um vai acionar a concernente realidade paralela futura, como consequência natural de sua escolha na base da bifurcação. E cada caminho é cheio de novas bifurcações.
Já a viagem ao passado se faz a partir do aprisionamento a ele ou da libertação dele mesmo, com a ressignificação que damos ao que já nos aconteceu ou ao que fizemos acontecer. Isso se dá através da “regressão de memória” ou pela anamnese platônica. Logo, a máquina do tempo chama-se conscientização do verdadeiro, ou pelo menos, do mais verdadeiro sentido das ações passadas que nos moldam o presente.
A maioria dos humanos não tem permissão para agir consciencialmente com seu passado, de forma concreta, pela regressão de memória, por não ter capacidade de extrair lições e terapias úteis, podendo imergir perigosamente em um estado passadista esquizofrênico de longa duração, comprometendo a qualidade de suas decisões no presente e no futuro.
A partir da lembrança e da interpretação do passado pela lembrança, nós conseguimos ressignificar o passado, de modo que o que nos aconteceu fica modificado pelo novo sentido que lhe damos. É uma forma de voltarmos e mudarmos nosso passado. Não importa o fato acontecido. Importa o sentido do fato sobre nossos sentidos. Podemos até ser mais felizes ou infelizes com a lembrança do que com a própria experiência do fato já passado. A lembrança consciente e seus traumas e retraumas é que eterniza os fatos do passado no presente.
Há várias pesquisas e estudos teóricos acerca da possibilidade científica de um retorno ao passado. A teoria matemática mais famosa a respeito é a “ponte Einstein-Rosen”, também conhecida como “Buraco da Minhoca”, criada em 1935, por Albert Einstein e Nathan Rosenand. Segundo ela, é possível dobrar o tempo, encontrando-se uma passagem ou ponto tempo-espaço, tomando como base o princípio de que o espaço é uma questão de tempo e vice-versa.
Abstraindo aqui entre nós essa questão de ser mais rápido do que si próprio no deslocamento do espaço-tempo, vamos tentar entender um pouco a questão primária da Teoria da Relatividade:
Alguém que vê uma fotografia de si mesmo tirada segundos atrás, vai estar vendo uma imagem de si mesmo mais novo. Por quê? A distância percorrida pela luz da lente fotográfica até a pessoa que está sendo fotografada deixou-a envelhecer-se, de modo que, quando a luz atingiu o mesmo lugar onde a pessoa estava nanossegundos atrás, esta já não está lá exatamente. O que vem para a lente, pois, não é a imagem real da pessoa, mas apenas sua imagem que ficou no espaço-tempo, a espera da chegada da luz.
Supondo que Você não seja um misólogo
[2] ou um infilosófico, vamos logicar um pouco mais. Segundo a Física Ótica, tudo que nossos olhos veem são apenas imagens iluminadas dos objetos vistos e que se projetam até a retina da nossa câmera cerebral. E essa projeção de luz leva tempo. Logo, no exemplo acima, ao ver a imagem da sua própria fotografia, o fotografado já está mais velho ainda em relação ao momento da pose para a lente, e já estará vendo uma imagem duplamente envelhecida de si mesmo! A questão final é: ele está se vendo mais novo ou ele está se vendo mais velho? É questão de ponto de vista? Ou é questão de vista de ponto? Tudo é relativo.
A ponte Einstein-Rosen, ou “buraco da minhoca”, precisa sair do projeto e ser efetivamente construída. Mas qual seria a matéria-prima?


[1] Veja-se a inteligência, neste caso, como uma grandeza capaz de modificar conscientemente o meio, com repercussões no passado e no futuro.
[2] Que tem aversão ao raciocínio lógico.
Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 29/01/2011
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