Eu creio em Deus como a inteligência suprema superjusta e superboa e como a fonte dos poderes absolutos sobre a vida e os destinos de todos os seres do universo, inclusive sobre os seres inteligentes que também têm poder de decisão, como no caso de nós, seres humanos. Temos o poder de escolha direta e pessoal sobre algo e o poder de escolha de seguir uma ou mais influências sobre nossas escolhas diretas e pessoais.
O céu não existe como lugar de premiação ou de felicidade eterna. O diabo não existe como personagem antagônico. O inferno não existe como território de penas eternas, mas antes como um cárcere psíquico provisório. Algumas traduções bíblicas em português carregam em maior quantidade a expressão “inferno”, mas nenhuma de suas passagens define esse conceito como lugar de penas eternas.
O que existe é o poder, ainda que não absoluto, de cada um de nós decidir e de assumir responsabilidades e consequências por suas decisões boas ou más. E existem as leis cósmicas divinas e naturais para regular, ajustar e corrigir nossos destinos, inclusive pela premoção.
Quando o Absoluto decide agir para que algo aconteça ou deixe de acontecer na vida de cada um de nós, Ele aciona seus “canais”, que sequer podemos imaginar como funcionam, sem nunca necessariamente derrogar suas leis.
A onipotência da Inteligência Suprema é relacional vertical descendente e transversal. Tem poder absoluto de cortar, de cima para baixo, todas as camadas de poder cósmicos, até chegar à unidade energética inteligencial fisicizada, ou seja, cada um de nós. Já o poder das inteligências intermediárias extrafísicas, boas ou más, positivas ou negativas, superiores ou inferiores e sérias ou galhofeiras, está subordinado a uma alçada sempre limitada e relativa.
 
{A influência é recíproca, de lá para cá (para nosso mundo sensorial humano) e daqui para lá (para o mundo genericamente chamado de mundo espiritual, invisível, etéreo, mental, filosófico, divino, paralelo, antimaterial, das ideias, dos desencarnados etc).
Na dimensão transterráquea mais próxima há todas as faixas vibratoriais imagináveis e inimagináveis, inclusive até mais baixas do que as nossas mais conhecidas deste lado.
A depender da faixa vibratorial reinante no mundo dimensional vizinho à Terra (a quinta), pode não haver matéria igual à nossa, mas há muita matéria montada a partir de outras matérias-primas transterráqueas e há muita materialidade e traços de humanidade ou até de animalidade no comportamento dos seres que a habitam.
 
{“Não acrediteis em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus”.- I João, 4,1)}
 
Mas também há muitas faixas vibratoriais infinitamente superiores às nossas.
Da mesma forma, a depender da faixa em que nós humanos costumamos nos sintonizar, pode haver muita espiritualidade mesclada com a materialidade circundante.
“Na casa do meu pai há muitas moradas”
[1], que ocupam lugar não somente no espaço sideral, mas também no espaço espiritual ou antifísico.
O próprio Platão já definia os dois mundos normalmente admitidos como “mundo sensível” (o da nossa realidade fisiossensorial ou tangível) e o “mundo inteligível” (o das ideias puras, da essência divina e seus atributos, como o Bem, o Belo, a Justiça, o Amor etc). É dele também a ideia da existência do “demiurgo”, que seria o artesão divino ou princípio organizador do universo, com base nos modelos eternos e perfeitos.}
 
A depender do poder de alçada, cada “empoderado” espiritual pode ver ou até intervir alterativamente nas nossas ações humanas em relação a algumas ocorrências inevitáveis. Pode também, inversamente, alterar ou até anular algumas ocorrências que nos afetariam, mas que não devam nos afetar. Para isso, pode usar até mesmo a “sabotagem” contra nossos planos de ação, para nos salvar a nós mesmos. Tudo, sempre, sob a autorização divina, ou, no mínimo, sob rígido controle e fiscalização dos poderes inteligentes quintidimensionais superiores ou de outras dimensões acima.
 
Alguns objetivos que pretendemos fortemente alcançar, e que acabamos por alcançar com a força da nossa mente, sempre têm a coparticipação de outras forças das quais não temos a menor consciência de que existem. Só que todo poder mental, por mais forte e decisivo que seja, por mais apoio de outros poderes paralelos que tenha e por maior que seja sua própria fé (ou “fezinha”) premonitória, será sempre limitadíssimo. O poder de alçada dos seres humanos, como deuses cocriativos, é um dos mais fraquinhos dentre todos.
 
Nós somos efetivamente deuses, conforme os livros dos Salmos, 82:6, Isaías, 41:23 e João, 10:34.
Sai Baba
[2], um grande líder espiritual indiano, assevera que “Deus é igual ao homem menos o ego, sendo o ego a crença ilusória na separação, no medo e no egoísmo”. Por aí, ele entende que Deus não se confunde com a personalidade (ego) que move o ser humano, embora, logicamente, também esteja em comunhão (através do eu espiritual, ou self) com o homem.
Nós somos deuses, porque temos energia outorgada pelo Criador para modificar, inclusive, a matéria (pela chamada Psicocinésia ou Psicoquinese), até certo ponto e de acordo com o grau de energia outorgada. Mas, somos deuses principalmente porque temos o poder de decidir nossos próprios rumos, ainda que não de forma absoluta. Temos até o poder de pôr fim à vida física de alguém, direta ou indiretamente, inclusive a de nós mesmos. Só não temos o poder de descumprir impunemente as leis cósmicas, em especial a lei de causa e efeito, que tem aplicação, inclusive, entre várias existências interencarnacionais, se necessário ou enquanto necessário.
É de se entender que também nós, seres humanos, por conseguinte, temos alguma margem de onipresença, onisciência e onipotência, mas, certamente, só uma margenzinha mesmo, mixuruca, sempre eterna e imutavelmente subordinada ao poder do Absoluto! Somos homines sapientes, mas não homines omnisapientes absolutos!
Alguns seres humanos ou espirituais mais privilegiados têm essas “onis” em estado tão avançado, que se autodenominam ou são confundidas até com a própria Inteligência Suprema. No mínimo, são classificadas como “deuses encarnados”. Sai Baba que o diga!
 
Talvez a conclusão mais lógica sobre essa questão é que nem do povo, nem da religião e nem da ciência, mas todo o poder emana de Deus e em nome deste deve ser exercido.
 
Ante ou antes mesmo de eventual crise teocêntrica, é melhor ficarmos com o melhor modelo de Deus que já tivemos na Terra, que é Jesus Cristo.
Moisés trouxe-nos a primeira grande revelação acerca da figura e das leis de Deus.
O Cristo é a segunda grande revelação, porque se confunde com a própria figura de Deus e porque trouxe uma versão amorizadora das leis de Deus. Não importa se ele era ou não era o próprio Deus Absoluto encarnado. O que vale é que sua doutrina, simples e universal, dá bastante, e ainda sobra, para o gasto necessário ao esforço que devemos fazer para nos aperfeiçoarmos como deuses ou espíritos eternos. Isso implica nos afastarmos cada vez mais do estado bruto animal e nos aproximarmos cada vez mais da deificação, principalmente pelo viés do amor.


[1] João, 14:2.
[2]Baghavan Sri Sathya Sai Baba (1926) é considerado um deus ou ser divino encarnado (chamado de avatar, na nomenclatura hinduísta). Ainda cumpre sua missão espiritual na Índia.
Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 29/01/2011
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