Considerando que Deus detém os três atributos exclusivos (onipresença, onisciência e onipotência), é de se entender que a sua antropomorfização por Moisés foi útil apenas para dar uma ideia simples da existência do próprio Deus e da formação do mundo e de suas criaturas. É mais crível que efetivamente Deus tenha nos criado a sua imagem e semelhança do que nós o termos criado à nossa. Como não podemos idealizar nada sem referências, precisamos reduzir Deus um pouco à condição humana (com sentimentos de júbilo, tristeza, arrependimento, ira, além de ter sido ele o primeiro alfaiate de roupas do mundo etc), para podermos raciocinar acerca do que devemos fazer ou não fazer para “agradar ao Pai”. A intenção de Deus não é nos testar por testar. O que Ele quer é que evoluamos com o suor do nosso rosto.
Hoje, temos de repensar que símbolos subjazem na multi-inteligente iconografia judaico-mosaísta sobre a Criação. Excesso de crença cria e cega. Hipostasiar[1], nos dias atuais, numa imagem icônica criada há mais de três mil e seiscentos anos para explicar fenômenos naturais e cósmicos, como se tal imagem tivesse ocorrido de verdade, é não ter noção de limites de imaginação. É desconhecer totalmente os conceitos da semiótica, além de ignorar totalmente as técnicas de datação pelo carbono 14.
Eu sou dos que acreditam que, abstraindo toda e qualquer mistificação ou mitificação, existem o universo material e o universo espiritual, interativos, subdivididos em várias dimensões graduadas conforme níveis vibracionais, povoados de seres inteligentes, também em vários níveis evolutivos. E creio na existência de uma inteligência suprema no comando central de todas as outras inteligências, através de leis eternas, universais, perfeitas e inderrogáveis, dentre as quais a lei do livre-arbítrio, a lei de causa e efeito, a lei do progresso e a lei do amor, justiça e caridade.
Porém, reforçando, não é questão de criticar sistematicamente as figuras criadas no livro da Gênesis bíblico. Não se trata ali de uma mera ficção religiosa. Temos que abstrair a forma e até a antropomórfica ou humaniformiana imagem de Deus, criada para sedimentar o entendimento da existência do Deus único e seus poderes criacionais, regenciais e correcionais. Temos que captar a eterna sabedoria da aula magna proferida pelo grande historiador Moisés, na inauguração da Universidade Humana na Terra. Ele merece os nossos mais calorosos aplausos!
Desqualificar conceitos e preconceitos alheios, como costumam fazer os homens de pouca fé e de pouca inteligência imaginária, é fácil. Difícil é dizer qual é o verdadeiro conceito. Muitos céticos e ateus preferem simplesmente negar por negar a existência de qualquer grandeza incognoscente, da mesma forma que muitos crédulos insistem em afirmar por afirmar a existência real de fatos meramente simbólicos.
A inidolatria (ou, mais precisamente, a iniconolatria) é impossível. Ninguém vive sem intermediações para percepção das verdades essenciais da vida. Todo mito e todo ícone têm seu quê de mediatidade. Ademais, as ideias são símbolos. A própria língua é um símbolo. Toda e qualquer palavra é uma figura de linguagem. Nenhuma linguagem espelha a essência sequer das descobertas graduais da verdade. Daí a importância dos símbolos ou signos linguísticos, principalmente a metáfora, a metonímia e a parábola. Tais figuras de linguagem, juntamente com as palavras especiais, são imprescindíveis em qualquer texto discursivo ou argumentativo, seja religioso, filosófico, artístico ou científico. As ocorrências humanas são símbolos. Nós, seres humanos, enquanto coberturas feitas de corpos e personas psíquicas da nossa identidade essencial, também somos símbolos.
É certo que muitos mitos já facilitam por si a vitória da consciência divina em nossas vidas, mas outros há, por sua vez, que facilitam mais é a vitória dos capitães da indústria da fé em nossos bolsos.
Muitos seres das dimensões imateriais manifestam-se para nossa sensorialidade física através dos próprios símbolos de que são por nós revestidos. São os mitificados fazendo papel de mitos, ou porque querem ou porque ainda não se libertaram da roupagem terrena que lhe moldaram a forma psicoenergética.
Cada um deve reconhecer seus próprios mitos e ícones e ir fazendo suas escolhas e desmetaforizações, buscando e tentando produzir discursos cada vez mais límpidos e racionais, com o avançar da própria razão e das próprias figuras de linguagem e com a cientificização dos objetos que eram antes de tratamento exclusivo da fé. Eis o caminho libertador e transparente, ainda que sem fim[2], rumo ao pleno despertar da consciência divina.
Daí a importância de defendermos as ideias que achamos mais próximas da essência da vida e de respeitarmos as ideias uns dos outros sobre a mesma essência, já que a essência da vida não se manifesta para ninguém frente a frente.
Para quem é difícil pulular no mundo mais quintessenciado das ideias, já é válida a defesa de formações sociais e seus eventos, como o conhecimento, a língua e a cultura, desde que com objetivos benéficos e multiproveitosos.
Por fim, quem não tem propensão a essa socialidade, a ideia mais essencializadora e transmitificadora seja talvez a própria interação com outros seres humanos, através do amor em suas várias manifestações. Poder efetivo absoluto, podemos não ter, mas poder afetivo, sim, porque quando amamos, é Deus que está agindo por nós.
O deus e o diabo personificados pelas religiões, seitas e formações evangélicas são os dois maiores mitos de todos os tempos no universo religioso cristão ocidental, mais surreais do que seus correspondentes ícones bíblicos. Dão-nos uma ideia dualizada e reducionista de que nada mais existe de inteligente entre o céu (símbolo de uma realidade mitificada), a Terra e o inferno (mito de uma realidade simbolizada) que não essas duas entidades mal iconizadas. É uma mitificação maniqueísta e simplificadora das relações nossas com as outras forças inteligentes e transdimensionais cósmicas e suas interinfluências com o nosso mundo terráqueo sensorial. É como se todo pensamento e todo sentimento bons que se manifestam proviessem de uma única fonte boa (Deus) e como se todo pensamento e todo sentimento maus proviessem de uma única fonte má (o Diabo). Bate de frente com o Pluralismo, que defende a tese de que o universo é composto de uma pluralidade de elementos fundamentais heterogêneos, mas conexos. Contrapõe-se também ao Monismo, que reconhece que tudo provém de uma única fonte, de um princípio único a que tudo é redutível.
Os avanços da Astronomia e das pesquisas ufológicas cada vez mais têm nos conduzido à convicção de que não estamos sozinhos no universo material.
A ciência materialista sempre buscou provas de vida inteligente em outros pontos do universo intergaláctico, a custos altíssimos.
A ciência espiritualista, mais exitosa, já detectou de há muito, e vive a interagir com vida inteligente, não necessariamente de outros pontos do universo sideral, mas, sim, de outras dimensões do mesmo universo em que habitamos, a custos relativamente baixíssimos.
A Transcomunicação Instrumental (uma das ciências nessa área) tem se valido, inclusive, das pesquisas e descobertas incessantes da Física Quântica e do crescente desenvolvimento dos aparelhos eletrônicos e magnetelétricos de comunicação interdimensional computadorizados. [Seriam imagens 5D?]
Qual a lente que Você usa para pesquisar ou alcançar o mais profundamente possível a essência dessas e de outras verdades mitificadas? Ou Você já enjoou de manter contatos de quinto grau (telepáticos) com seres extraterrestres, sem qualquer aparelho especial, seja na sideralidade, seja na interdimensionalidade? Ou acha que tudo no universo se resume apenas a Deus, Diabo e seres humanos, com suas infinitas formas de manifestação física e intelectual e suas múltiplas denominações?
Quando o Catolicismo construiu o conjunto de seus mitos-dogmas, importou de religiões mais velhas a figura do diabo, batizando-o também com o nome de demônio, como o representante e fomentador eterno da maldade do mundo. Foi um erro taxinômico brutal, porquanto a palavra demônio foi importada da cultura grega, mas lá ela significava espírito-guia ou mentor espiritual situado entre Deus e os homens, no plano invisível[3]. Como o dogmatismo eclesiástico não aproveitou a cultura grega, especialmente o pensamento socrático[4], então a palavra demônio passou a significar o anjo rebelde contra Deus, voltado eternamente para a maldade. Foi uma estratégia para afastar o povo do pensamento socrático e liberar espaço na mente coletiva para a catolicização dos raciocínios e para melhor viabilizar a hiperlucrativa “venda de salvações”.
O sinônimo satanás, igualmente, é uma deturpação etimológica, se se considerar que ele se referia originalmente apenas a adversário ou oponente. Já o termo diabo (“diabolus”, no Latim eclesiástico, provindo do grego “diábolos”) foi cunhado pela Igreja Católica, significando inicialmente o que dá temor, o que desune, caluniador.
Como nada acontece por acaso e sem a permissão de Deus, a esperança de ir para o céu contribuiu de alguma forma para o esforço individual da reforma íntima ainda na carne. Todo mundo que rezava no missal eclesiástico procurou apressar seus arrependimentos e a purgar seus males, a partir do instituto do medo de arder para sempre no fogo do inferno. O homem é produto do medo, também.
A questão que se autoeflui disso tudo é a seguinte: o que não é símbolo, simbolizado ou simbolizável neste mundo, quer física, quer intelectual, quer imaginariamente?
Às vezes, precisamos recorrer para algum poder externo a nós, mesmo sob crostas icônicas ou míticas, para alquimiarmos o poder que há dentro de nós mesmos.
Não podemos desconhecer, contudo, que há instrumentos, meios, posições e posturas corporais e materiais que facilitam ou intensificam a condutividade das energias do plano imaterial, com suas energias sutis, para nosso plano, com suas energias mais densas. O próprio Jesus deu-nos exemplos disso, quando promoveu curas superpondo as mãos sobre alguns doentes. A mão esquerda (pólo negativo) e a mão direita (pólo positivo) são antenas receptoras e transmissoras de energias.
O Cristo é o único ser espiritual que passou pelo planeta Terra e não deixou mitos. Ele trouxe uma ética bem precisa e coesa, que bem que poderia ser adotada largamente pelos indivíduos de todo o planeta, como norma cristalina de conduta fraterna. Mas por que essa ética cosmoexistencialista ainda não vingou de forma ampla no coração dos seres e dos povos? Por que nunca fez parte abrangente de estudos científicos e acadêmicos?
O problema é que a principal corrente do Cristianismo puro foi apropriada e “patenteada” pela Igreja Católica, recém-formada, que lhe deu roupagens dogmatizantes e até lhe reduziu a importância histórica e universal ao emparelhá-la em peso com outros ensinamentos velhos pré-crísticos (o velho Testamento, de perfil primordialmente javético). Isso torna tecnicamente impossível seguir os ensinamentos bíblicos como um todo, porque suas duas partes (velho e novo testamentos) são escancaradamente intercontraditórios (lembra do “olho por olho, dente por dente”, de Moisés, e do “perdoai não só sete vezes”, de Jesus?), ainda que no antigo livro haja muitos ensinamentos universais e profundos.
O fim inicial da criação do homem é a evolução,
ainda que para um fim infinito.
ainda que para um fim infinito.
Hoje, temos de repensar que símbolos subjazem na multi-inteligente iconografia judaico-mosaísta sobre a Criação. Excesso de crença cria e cega. Hipostasiar[1], nos dias atuais, numa imagem icônica criada há mais de três mil e seiscentos anos para explicar fenômenos naturais e cósmicos, como se tal imagem tivesse ocorrido de verdade, é não ter noção de limites de imaginação. É desconhecer totalmente os conceitos da semiótica, além de ignorar totalmente as técnicas de datação pelo carbono 14.
Eu sou dos que acreditam que, abstraindo toda e qualquer mistificação ou mitificação, existem o universo material e o universo espiritual, interativos, subdivididos em várias dimensões graduadas conforme níveis vibracionais, povoados de seres inteligentes, também em vários níveis evolutivos. E creio na existência de uma inteligência suprema no comando central de todas as outras inteligências, através de leis eternas, universais, perfeitas e inderrogáveis, dentre as quais a lei do livre-arbítrio, a lei de causa e efeito, a lei do progresso e a lei do amor, justiça e caridade.
Porém, reforçando, não é questão de criticar sistematicamente as figuras criadas no livro da Gênesis bíblico. Não se trata ali de uma mera ficção religiosa. Temos que abstrair a forma e até a antropomórfica ou humaniformiana imagem de Deus, criada para sedimentar o entendimento da existência do Deus único e seus poderes criacionais, regenciais e correcionais. Temos que captar a eterna sabedoria da aula magna proferida pelo grande historiador Moisés, na inauguração da Universidade Humana na Terra. Ele merece os nossos mais calorosos aplausos!
Desqualificar conceitos e preconceitos alheios, como costumam fazer os homens de pouca fé e de pouca inteligência imaginária, é fácil. Difícil é dizer qual é o verdadeiro conceito. Muitos céticos e ateus preferem simplesmente negar por negar a existência de qualquer grandeza incognoscente, da mesma forma que muitos crédulos insistem em afirmar por afirmar a existência real de fatos meramente simbólicos.
- O importante não são os símbolos. O importante são as forças reais que por eles são mobilizadas, manipuladas e veiculadas, bem como os destinos que eles vão ajudando a chegar na atual jornada existencial de cada um.– Jorge, filosofante e vendedor de livros e de artigos religiosos, em argumentação com um evangélico que lhe acusara de idólatra, na Praça Imaculada Conceição, em Juazeiro-BA, num domingo de 1973.
A inidolatria (ou, mais precisamente, a iniconolatria) é impossível. Ninguém vive sem intermediações para percepção das verdades essenciais da vida. Todo mito e todo ícone têm seu quê de mediatidade. Ademais, as ideias são símbolos. A própria língua é um símbolo. Toda e qualquer palavra é uma figura de linguagem. Nenhuma linguagem espelha a essência sequer das descobertas graduais da verdade. Daí a importância dos símbolos ou signos linguísticos, principalmente a metáfora, a metonímia e a parábola. Tais figuras de linguagem, juntamente com as palavras especiais, são imprescindíveis em qualquer texto discursivo ou argumentativo, seja religioso, filosófico, artístico ou científico. As ocorrências humanas são símbolos. Nós, seres humanos, enquanto coberturas feitas de corpos e personas psíquicas da nossa identidade essencial, também somos símbolos.
É certo que muitos mitos já facilitam por si a vitória da consciência divina em nossas vidas, mas outros há, por sua vez, que facilitam mais é a vitória dos capitães da indústria da fé em nossos bolsos.
Muitos seres das dimensões imateriais manifestam-se para nossa sensorialidade física através dos próprios símbolos de que são por nós revestidos. São os mitificados fazendo papel de mitos, ou porque querem ou porque ainda não se libertaram da roupagem terrena que lhe moldaram a forma psicoenergética.
Cada um deve reconhecer seus próprios mitos e ícones e ir fazendo suas escolhas e desmetaforizações, buscando e tentando produzir discursos cada vez mais límpidos e racionais, com o avançar da própria razão e das próprias figuras de linguagem e com a cientificização dos objetos que eram antes de tratamento exclusivo da fé. Eis o caminho libertador e transparente, ainda que sem fim[2], rumo ao pleno despertar da consciência divina.
Daí a importância de defendermos as ideias que achamos mais próximas da essência da vida e de respeitarmos as ideias uns dos outros sobre a mesma essência, já que a essência da vida não se manifesta para ninguém frente a frente.
Para quem é difícil pulular no mundo mais quintessenciado das ideias, já é válida a defesa de formações sociais e seus eventos, como o conhecimento, a língua e a cultura, desde que com objetivos benéficos e multiproveitosos.
Por fim, quem não tem propensão a essa socialidade, a ideia mais essencializadora e transmitificadora seja talvez a própria interação com outros seres humanos, através do amor em suas várias manifestações. Poder efetivo absoluto, podemos não ter, mas poder afetivo, sim, porque quando amamos, é Deus que está agindo por nós.
O deus e o diabo personificados pelas religiões, seitas e formações evangélicas são os dois maiores mitos de todos os tempos no universo religioso cristão ocidental, mais surreais do que seus correspondentes ícones bíblicos. Dão-nos uma ideia dualizada e reducionista de que nada mais existe de inteligente entre o céu (símbolo de uma realidade mitificada), a Terra e o inferno (mito de uma realidade simbolizada) que não essas duas entidades mal iconizadas. É uma mitificação maniqueísta e simplificadora das relações nossas com as outras forças inteligentes e transdimensionais cósmicas e suas interinfluências com o nosso mundo terráqueo sensorial. É como se todo pensamento e todo sentimento bons que se manifestam proviessem de uma única fonte boa (Deus) e como se todo pensamento e todo sentimento maus proviessem de uma única fonte má (o Diabo). Bate de frente com o Pluralismo, que defende a tese de que o universo é composto de uma pluralidade de elementos fundamentais heterogêneos, mas conexos. Contrapõe-se também ao Monismo, que reconhece que tudo provém de uma única fonte, de um princípio único a que tudo é redutível.
Os avanços da Astronomia e das pesquisas ufológicas cada vez mais têm nos conduzido à convicção de que não estamos sozinhos no universo material.
A ciência materialista sempre buscou provas de vida inteligente em outros pontos do universo intergaláctico, a custos altíssimos.
A ciência espiritualista, mais exitosa, já detectou de há muito, e vive a interagir com vida inteligente, não necessariamente de outros pontos do universo sideral, mas, sim, de outras dimensões do mesmo universo em que habitamos, a custos relativamente baixíssimos.
A Transcomunicação Instrumental (uma das ciências nessa área) tem se valido, inclusive, das pesquisas e descobertas incessantes da Física Quântica e do crescente desenvolvimento dos aparelhos eletrônicos e magnetelétricos de comunicação interdimensional computadorizados. [Seriam imagens 5D?]
Qual a lente que Você usa para pesquisar ou alcançar o mais profundamente possível a essência dessas e de outras verdades mitificadas? Ou Você já enjoou de manter contatos de quinto grau (telepáticos) com seres extraterrestres, sem qualquer aparelho especial, seja na sideralidade, seja na interdimensionalidade? Ou acha que tudo no universo se resume apenas a Deus, Diabo e seres humanos, com suas infinitas formas de manifestação física e intelectual e suas múltiplas denominações?
Quando o Catolicismo construiu o conjunto de seus mitos-dogmas, importou de religiões mais velhas a figura do diabo, batizando-o também com o nome de demônio, como o representante e fomentador eterno da maldade do mundo. Foi um erro taxinômico brutal, porquanto a palavra demônio foi importada da cultura grega, mas lá ela significava espírito-guia ou mentor espiritual situado entre Deus e os homens, no plano invisível[3]. Como o dogmatismo eclesiástico não aproveitou a cultura grega, especialmente o pensamento socrático[4], então a palavra demônio passou a significar o anjo rebelde contra Deus, voltado eternamente para a maldade. Foi uma estratégia para afastar o povo do pensamento socrático e liberar espaço na mente coletiva para a catolicização dos raciocínios e para melhor viabilizar a hiperlucrativa “venda de salvações”.
{O livro "A Reencarnação na Bíblia", de Hermínio Correa de Miranda, tem a análise de várias passagens bíblicas que evidenciam o fenômeno biológico da reencarnação ou volta dos espíritos para a materialidade terrena renascendo em novos corpos físicos. Eu creio que isso é uma realidade natural.
A princípio, o fenômeno da evolução das almas pelo processo biológico natural da reencarnação[5] era normalmente aceito pelos católicos (ainda que com as formas de acreditar e de interpretar rudimentares daquela época). Todavia foi condenado oficialmente pelo Segundo Concílio de Constantinopla (o Quinto Concílio Ecumênico da Igreja), em 553, e todas as suas referências diretas na Bíblia foram retiradas[6]. Só não tirou as citações indiretas. Mas estas dependem de interpretação. Deste modo, um antirrencarnacionista nunca vai interpretar as mesmas passagens bíblicas comentadas por Hermínio Miranda a favor da existência do fenômeno reencarnatório. O que se sabe é que depois do tal Concílio, os gigantes cofres do Vaticano começaram a se apinhar.
Como a maioria nunca fez regressão de memória para “voltar” consciencialmente para antes do nascimento na atual carne, geralmente é difícil, para não dizer impossível, se provar que a reencarnação existe.
Normalmente, a gente interpreta qualquer texto muito de acordo com nossas ideias preconcebidas. É como se diz: os olhos veem o que a mente quer ver. O ideal é tentar ler ou ver os fenômenos espirituais nus, ou seja, sem carapaças ideológicas, mesmo porque o fenômeno biológico da reencarnação não tem nada a ver com crenças de quem quer que seja, nem mesmo da Doutrina Espírita. É um fenômeno que atinge a todos, indistintamente.
Por enquanto, para a maioria de nós crentes e não crentes nesse fenômeno, é uma discussão estéril e não vale a pena se gastarem neurônios com isso. Cada um tem sua descrença, inclusive baseada em interpretações bíblicas, e outros têm suas crenças baseadas igualmente na mesma Bíblia, além de estudos em fontes literárias científicas e nas reflexões filosóficas espíritas, rosacrucianas, teosóficas etc.
Quem tiver curiosidade no assunto, leia também o livro "Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação", do cientista Dr. Ian Stevenson, que se baseou em centenas de regressões de memória que ele fez pelo mundo afora, com pessoas de várias crenças e até com crianças.
O mais importante, nestes fins de tempo, não são tanto nossas crenças nos fenômenos espirituais sejam quais forem, mas, sim, o que fazemos de bom uns para os outros a partir de nossas crenças ou independentemente delas. Eu penso que esta nossa atual existência na carne é a mais decisiva de todas. A esta altura, para onde vamos depois do juízo final e se vamos voltar para aqui em espírito na nova era, ainda que animando outro corpo físico, ou se vamos para outros destinos, acho que só o futuro dirá. É como diz lá em Pedro I, 4:7-8: “Mas o fim de tudo aproxima-se; sede vigilante em orações, antes de tudo tendo intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (Pedro I, 4:7-8). Atualmente, isso vale muito mais do que nossas crenças sobre os fenômenos da vida e sobre os dogmas e postulados das nossas religiões.}
A princípio, o fenômeno da evolução das almas pelo processo biológico natural da reencarnação[5] era normalmente aceito pelos católicos (ainda que com as formas de acreditar e de interpretar rudimentares daquela época). Todavia foi condenado oficialmente pelo Segundo Concílio de Constantinopla (o Quinto Concílio Ecumênico da Igreja), em 553, e todas as suas referências diretas na Bíblia foram retiradas[6]. Só não tirou as citações indiretas. Mas estas dependem de interpretação. Deste modo, um antirrencarnacionista nunca vai interpretar as mesmas passagens bíblicas comentadas por Hermínio Miranda a favor da existência do fenômeno reencarnatório. O que se sabe é que depois do tal Concílio, os gigantes cofres do Vaticano começaram a se apinhar.
Como a maioria nunca fez regressão de memória para “voltar” consciencialmente para antes do nascimento na atual carne, geralmente é difícil, para não dizer impossível, se provar que a reencarnação existe.
Normalmente, a gente interpreta qualquer texto muito de acordo com nossas ideias preconcebidas. É como se diz: os olhos veem o que a mente quer ver. O ideal é tentar ler ou ver os fenômenos espirituais nus, ou seja, sem carapaças ideológicas, mesmo porque o fenômeno biológico da reencarnação não tem nada a ver com crenças de quem quer que seja, nem mesmo da Doutrina Espírita. É um fenômeno que atinge a todos, indistintamente.
Por enquanto, para a maioria de nós crentes e não crentes nesse fenômeno, é uma discussão estéril e não vale a pena se gastarem neurônios com isso. Cada um tem sua descrença, inclusive baseada em interpretações bíblicas, e outros têm suas crenças baseadas igualmente na mesma Bíblia, além de estudos em fontes literárias científicas e nas reflexões filosóficas espíritas, rosacrucianas, teosóficas etc.
Quem tiver curiosidade no assunto, leia também o livro "Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação", do cientista Dr. Ian Stevenson, que se baseou em centenas de regressões de memória que ele fez pelo mundo afora, com pessoas de várias crenças e até com crianças.
O mais importante, nestes fins de tempo, não são tanto nossas crenças nos fenômenos espirituais sejam quais forem, mas, sim, o que fazemos de bom uns para os outros a partir de nossas crenças ou independentemente delas. Eu penso que esta nossa atual existência na carne é a mais decisiva de todas. A esta altura, para onde vamos depois do juízo final e se vamos voltar para aqui em espírito na nova era, ainda que animando outro corpo físico, ou se vamos para outros destinos, acho que só o futuro dirá. É como diz lá em Pedro I, 4:7-8: “Mas o fim de tudo aproxima-se; sede vigilante em orações, antes de tudo tendo intenso amor uns pelos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (Pedro I, 4:7-8). Atualmente, isso vale muito mais do que nossas crenças sobre os fenômenos da vida e sobre os dogmas e postulados das nossas religiões.}
O sinônimo satanás, igualmente, é uma deturpação etimológica, se se considerar que ele se referia originalmente apenas a adversário ou oponente. Já o termo diabo (“diabolus”, no Latim eclesiástico, provindo do grego “diábolos”) foi cunhado pela Igreja Católica, significando inicialmente o que dá temor, o que desune, caluniador.
Como nada acontece por acaso e sem a permissão de Deus, a esperança de ir para o céu contribuiu de alguma forma para o esforço individual da reforma íntima ainda na carne. Todo mundo que rezava no missal eclesiástico procurou apressar seus arrependimentos e a purgar seus males, a partir do instituto do medo de arder para sempre no fogo do inferno. O homem é produto do medo, também.
A questão que se autoeflui disso tudo é a seguinte: o que não é símbolo, simbolizado ou simbolizável neste mundo, quer física, quer intelectual, quer imaginariamente?
Às vezes, precisamos recorrer para algum poder externo a nós, mesmo sob crostas icônicas ou míticas, para alquimiarmos o poder que há dentro de nós mesmos.
Não podemos desconhecer, contudo, que há instrumentos, meios, posições e posturas corporais e materiais que facilitam ou intensificam a condutividade das energias do plano imaterial, com suas energias sutis, para nosso plano, com suas energias mais densas. O próprio Jesus deu-nos exemplos disso, quando promoveu curas superpondo as mãos sobre alguns doentes. A mão esquerda (pólo negativo) e a mão direita (pólo positivo) são antenas receptoras e transmissoras de energias.
O Cristo é o único ser espiritual que passou pelo planeta Terra e não deixou mitos. Ele trouxe uma ética bem precisa e coesa, que bem que poderia ser adotada largamente pelos indivíduos de todo o planeta, como norma cristalina de conduta fraterna. Mas por que essa ética cosmoexistencialista ainda não vingou de forma ampla no coração dos seres e dos povos? Por que nunca fez parte abrangente de estudos científicos e acadêmicos?
O problema é que a principal corrente do Cristianismo puro foi apropriada e “patenteada” pela Igreja Católica, recém-formada, que lhe deu roupagens dogmatizantes e até lhe reduziu a importância histórica e universal ao emparelhá-la em peso com outros ensinamentos velhos pré-crísticos (o velho Testamento, de perfil primordialmente javético). Isso torna tecnicamente impossível seguir os ensinamentos bíblicos como um todo, porque suas duas partes (velho e novo testamentos) são escancaradamente intercontraditórios (lembra do “olho por olho, dente por dente”, de Moisés, e do “perdoai não só sete vezes”, de Jesus?), ainda que no antigo livro haja muitos ensinamentos universais e profundos.
{A propósito, “Católico” vem do grego “katholikós”, que quer dizer “universal”. Logo, numa tradução aportuguesada da igreja romana, poderíamos chamá-la de “igreja universal”. Isso porque o Catolicismo abrigara inicialmente várias seitas congêneres, ainda que sob a batuta do mesmo chefe comum. Como essa tradução não se aportuguesou na época própria (mesmo porque não existia sequer a língua portuguesa) agora não pode mais, porque já há concorrente na praça com esse nome registrado em cartório.}
[Nos discursos teológicos, filosóficos e acadêmicos de todo o mundo, Ainda reina inapropriadamente a pacífica confusão entre cristianismo e catolicismo e cristianização e catolicização. É que, historicamente, o cristianismo, imposto como sistema religioso obrigatório aos povos mais subdesenvolvidos ou dominados de todo o mundo, trouxe no seu arcabouço a doutrina católica, já que foram os católicos que inicialmente se esmeraram em expandir seu império religioso mundo afora. Ademais, foram os próprios católicos os primeiros a sistematizar o cristianismo, ainda na origem da chamada “igreja primitiva”. A rigor, a chamada “Igreja” (que, a esta altura, mais precisamente deve ser chamada de “Igreja Católica”) tem toda sua estrutura dogmática bem distanciada do cristianismo puro e do judaísmo.
Hodiernamente, algumas seitas evangélicas é que tomaram para si o título de “cristão” ou “evangélico” para seus adeptos. Tais formações neocristãs não são necessariamente dissidências de religiões tradicionais específicas, mas, sim, de todo o universo religioso judaico-cristão clássico, embora mantendo a Bíblia como livro sagrado.]
[Nos discursos teológicos, filosóficos e acadêmicos de todo o mundo, Ainda reina inapropriadamente a pacífica confusão entre cristianismo e catolicismo e cristianização e catolicização. É que, historicamente, o cristianismo, imposto como sistema religioso obrigatório aos povos mais subdesenvolvidos ou dominados de todo o mundo, trouxe no seu arcabouço a doutrina católica, já que foram os católicos que inicialmente se esmeraram em expandir seu império religioso mundo afora. Ademais, foram os próprios católicos os primeiros a sistematizar o cristianismo, ainda na origem da chamada “igreja primitiva”. A rigor, a chamada “Igreja” (que, a esta altura, mais precisamente deve ser chamada de “Igreja Católica”) tem toda sua estrutura dogmática bem distanciada do cristianismo puro e do judaísmo.
Hodiernamente, algumas seitas evangélicas é que tomaram para si o título de “cristão” ou “evangélico” para seus adeptos. Tais formações neocristãs não são necessariamente dissidências de religiões tradicionais específicas, mas, sim, de todo o universo religioso judaico-cristão clássico, embora mantendo a Bíblia como livro sagrado.]
[1] Acreditar piamente numa abstração, conceito ou ficção como realidade concreta, como algo que existe ou que existiu no mundo tangível.
[2] Do ponto de vista textual, muito do que hoje é reconhecido como expressão pura da verdade daqui a cem anos poderá ser visto como recurso pobre de linguagem.
[3] Sócrates sempre se referia a seu demônio, ou daimónion, a quem sempre recorria em busca de ensinamentos.
[4] As ideias de Sócrates somente ressurgiram na mente popular a partir do Renascimento.
[5] Fenômeno superinteligente da transmigração do espírito de um corpo humano para outro corpo humano, através das ações de nascer, crescer, morrer e renascer dos corpos humanos que se sucedem para dar abrigo ao mesmo espírito. Assim forma-se cada ser humano, que é a síntese vital de um mesmo espírito com cada novo corpo antropomórfico, até a suficiente evolução para a desnecessidade de novas experiências terrenas. A reencarnação é interpretada por várias religiões, filosofias e ciências, cada uma a seu modo. Quem aprofunda mais a questão é a Doutrina Espírita. É uma verdade universal, doa na crença em sentido contrário de quem doer.
[6] A Bíblia era um livro exclusivo da Igreja Católica, inclusive porque foi por ela montado, a partir dos textos da Torah e dos evangelhos e seus respectivos livros complementares. Portanto, o Alto Clero achava-se no direito de inserir, excluir e alterar trechos inteiros das Escrituras, de acordo com as mudanças nos seus postulados e dogmas. Isso pelo menos até a Reforma Protestante.