Plantas e animais no tratamento de doenças

Em todas as culturas se tem verificado a utilização de plantas e animais no tratamento e prevenção de doenças e males. Existem registros bastante antigos de tal prática entre inúmeros povos e, ainda hoje, é muito comum o uso de produtos naturais na medicina popular do mundo todo.

O Tocantins, assim como a maioria dos Estados brasileiros, possui uma forte influência de culturas indígenas, onde a presença de vegetais e produtos de origem animal é extremamente importante, principalmente na alimentação e produção de medicamentos para combate às enfermidades.

Em trabalho recente realizado em novembro de 2005 por Fiscais Ambientais do Instituto Natureza do Tocantins (NATURATINS), no município de Gurupi, foi levantado a comercialização e o uso de produtos e subprodutos à base de plantas e animais na prevenção e tratamento de doenças.

Foram encontrados cerca de 6 vendedores fixos e ambulantes que rotineiramente atuam na comercialização de um número imenso de itens. Praticamente todas as partes das plantas são comercializadas, mas principalmente as raízes, folhas, cascas e a seiva. As plantas mais encontradas são: mastruz, capim-santo, andiroba, boldo, camomila, pau-amargo, copaíba, carqueja, sucupira, erva-cidreira e hortelã.

Os itens de origem animal aparecem em menor número, sendo mais presentes a gordura de tartaruga, banha de peixe-elétrico, gordura de peixe-boi, couro e chocalho de cascavel. Além da comercialização direta desses itens, registrou-se a presença de um grande número de garrafadas e poções, que integram uma enorme variedade de componentes e substâncias, e cujas recomendações são as mais variadas possíveis, indo desde tratamentos de reumatismo e leucemia até problemas de impotência sexual.

Alguns aspectos bastante importantes que foram identificados nesse trabalho devem ser considerados: ainda não existem estudos em quantidade suficiente que comprovem a eficiência da grande maioria dos tratamentos à base de plantas e partes de animais; deve se considerar também que a utilização de tais itens se dá a partir de experiências pessoais do vendedor e de sua família, o que gera uma grande variação de usos e receitas para um mesmo produto.

Conforme relembram os Fiscais do NATURATINS, não há como ter certeza que aquilo que estamos comprando se trata de um produto verdadeiro, pois como tal atividade não é regulamentada por nenhum órgão público, não há fiscalização e nem se tem nenhum certificado de qualidade emitido por instituições especializadas. Dessa forma, concluem que a melhor solução para problemas de saúde é a procura por profissionais habilitados com boas referências, mas também não descartam a possibilidade de utilização de receitas naturais que tenham eficácia comprovada.

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Publicado no Jornal Chico, edição n. 03, p. 04, de 02/12/2005. Gurupi – Estado do Tocantins.

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 290, p. 10, de 12/12/2008. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 28/10/2006
Reeditado em 30/12/2011
Código do texto: T275875
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