O que corre nos meus pulsos...
A Arte é um arcabouço de complexidades que segrega intenções de um piscar de olhos, da alfândega onírica, despertada, pela fechadura dos nossos sentidos.
Na emancipação do símbolo a imagem nos abriga, nos sequestra, nos interroga, com os seus véus, suas camadas, suas nuances... des-nudando o "ato- pensamento", que borbulha nos nascedouros das nossas criações.
Como conteúdo, é fagulha que traz a sombra dos lampejos nas paredes do vir-a-ser, enquanto continente, é espaço do acontecimento que comunica o além-aquém do limite conceitual. O corpo suportando os esfacelamentos da palavra, que rasga com suavidade, os substantivos enquadrados nos signos atemporais...
Oh, templo das vestimentas!
Deformados são, seguidas vezes, pelo ideário enviezado, pela emoção fragmentada, pelo fascínio da sensualidade, pela dicotomia dialógica, pela estupidez estética da beleza anti-ética!
Derramamos os nossos veículos imagéticos e os desprezamos com os poros sedentos... abertos... aos interrogatórios do tempo. Contudo, temos a arte-amor como composição, num movimento circundante da criatividade neo-erótica, que ressignifica a sacralidade dos nossos nichos em acolhimento... com a dignidade e a luz poética.
Pois, somos corpos, mas... sobretudo, somos travessias atômicas!