MORBIDEZ
Tropeçando nas vielas das ruas
vilas
grandes ou pequenas cidades
o errante vai
errando............
Se engalfinhando
nos próstibulos
penitenciárias
ruínas
e pocilgas
o caminhante se afunda
Se esvai na
areia movediça
corrediça
e no mergulho
profundo
ele se enterra
Enterra seus sonhos
suas mágoas
alegrias
derrotas e traições
No fundo do copo,
no fundo do poço
ele vê seu reflexo
do que é
do que foi
do que será
e do que poderia ter sido
num fração de segundos
antes que a gargalhada da
embriaguez
tome de novo o lugar da lucidez
e ele se encerre novamente
em sua morbidez.
Caputira, 28 de dezembro, 2010