MORBIDEZ

Tropeçando nas vielas das ruas

vilas

grandes ou pequenas cidades

o errante vai

errando............

Se engalfinhando

nos próstibulos

penitenciárias

ruínas

e pocilgas

o caminhante se afunda

Se esvai na

areia movediça

corrediça

e no mergulho

profundo

ele se enterra

Enterra seus sonhos

suas mágoas

alegrias

derrotas e traições

No fundo do copo,

no fundo do poço

ele vê seu reflexo

do que é

do que foi

do que será

e do que poderia ter sido

num fração de segundos

antes que a gargalhada da

embriaguez

tome de novo o lugar da lucidez

e ele se encerre novamente

em sua morbidez.

Caputira, 28 de dezembro, 2010

Ana Lú Portes
Enviado por Ana Lú Portes em 28/12/2010
Código do texto: T2696130
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