Espiritismo, Biblía Sagrada e a evolução

O espiritismo, em um sentido amplo abrangendo toda a espiritualidade, transita no espaço entre ciência e religião, buscando evidencias da presença do plano espiritual no aspecto físico do planeta terra e, consequentemente, provando que ciência e religião não são figuras antagônicas. As escrituras sagradas da Bíblia, leis dadas por Deus aos homens e que, hoje, é estudada pelo prisma da lógica humana através da teologia, estudo este que nunca levará ao entendimento completo, pois a “logia” humana não se aplica à lógica de Deus.

Entre as doutrinas espíritas mais conhecidas estão o Kardecismo, criado por Alan Kardec, o Candomblé, religião das antigas nações africanas, Umbanda, nascida entre os negros escravos no Brasil. Muitas vezes existem certos preconceitos entre essas doutrinas irmãs, quando kardecistas acham que a umbanda e candomblé trata com espíritos atrasados ou quando há um simples preconceito por parte das doutrinas africanas contra a européia apenas porque esta é “elitista”.

Há de se lembrar que o universo, tanto físico quanto etéreo, foi criado em harmonia, pela harmonia e para a harmonia, portanto não há necessidade de conflitos entre doutrinas irmãs ou mesmo entre religiões diferentes, todas elas, mono e politeístas levam a um deus supremo e maior que os outros: Zeus, Odin, Rá, Alá, Adonai, Jeovah, Olorun, Deus.

Deve-se entender que Deus tem conhecimento do presente, passado e do futuro provável e, como criador e conhecedor da mente humana, Ele entende a evolução da mesma, jamais pedindo alem do que possa ser dado, portanto, no passado, nos ambientes tribais da África negra, Deus fez-se notar através da dança e sacrifícios de animais, o mesmo aconteceu na África branca, como é mostrado em muitas passagens do velho testamento, sendo, provavelmente, a mais famosa o pedido de Deus a Abraão que desse Isaac como sacrifício, substituindo logo após por um cordeiro.

Tendo em vista a evolução da mentalidade humana e da ciência, a antiga dança tribal começa a perder espaço para a doutrina sobre a mesa, dos livros e estudos com ares científicos, porem, o surgimento de um método mais “acadêmico” não significa o desaparecimento das antigas tradições.

Espíritos que se manifestavam com dança, tambor e bebida são os mesmos que se manifestam sobre a mesa branca, são apenas ferramentas de trabalho diferente, mas que objetivam o mesmo propósito: o amor.

A mudança de mentalidade é retratada na Bíblia Sagrada, onde o novo testamento revoga o velho, por exemplo, os dez mandamentos são substituídos por apenas um, dado por Cristo: Amar aos outros como a si mesmos. Um mandamento mais subjetivo, porem, um mandamento que resume tudo o que quer Deus para os homens.

A Subjetividade esta presente em todo momento nas passagens bíblicas, porem, com o surgimento dos “estudiosos de Deus” vem perdendo espaço para interpretações pré-definidas por aqueles que se julgam enviados. A leitura da bíblia e sua interpretação deve ser individual, uma passagem pode ter mil significados para mil pessoas diferentes, o sacerdote não pode saber a vida de cada uma de suas ovelhas, não mais que elas próprias.

Nesta era contemporânea, ser espírita não significa estar em desconformidade com a bíblia, Deus vem mudando seu mandamento conforme a humanidade evolui, a milhares de anos a cirurgia da circuncisão era exigida e os homens deviam ter barba, com a vinda de Jesus tais ordens foram retiradas e agora, o espiritismo trás ao mundo físico o conhecimento da evolução, do trabalho e do amor fraterno.

Deus falará a quem o procurar, seja em um centro kardecista, tenda espírita, igreja, sinagoga, mesquita e mesmo a aquele que, solitário na beira da cama, irá pedir conselhos a Ele.

É preciso saber também Ele não se agrada dos tolos, sua criação não foi feita para subjugar-se a ela mesma e sim subjugar as outras espécies, porem, respeitando a harmonia em que tudo foi criado, portanto, Deus não se satisfaz com homens e mulheres que se colocam voluntariamente sobre o julgo dos chamados sábios.

A evolução acontece para todos, mesmo os que não acreditam que voltarão mais algumas vezes para evoluir, o inferno é a ignorância e o paraíso é o amor com trabalho e o trabalho com amor, o descanso não existe, porem, quando o trabalho é feito em harmonia com o universo, não há cansaço.