O Livro por Vir…
Esta tarde eu estive pensando sobre escrever, sobre o que escrever… Para mim esta sempre foi uma atividade livre e não rotineira; Não seria um exercício, mas um advento metafísico ou quase…
O espanto ou o frisson em escrever, mais poesias do que prosa, vinha de algum lugar aqui que precisava dizer, porque falar qualquer um fala… Conheço um ou outro que criticam severamente os sonetos, mas era assim que eu me expressava ”espontaneamente”. Depois de uma antologia completa, eu sosseguei. “Sândalo” foi a verdade e a mentira em tudo que eu vivi…
Agora eu penso sobre o que escrever… tenho uma estória sobre vampiros que ja beira os cinco anos que estou compondo… Por isso a minha obssessão por G. Flaubert, Madame Bovary não é só um Livro, é uma obra prima.
Quando Emídio nasceu sua fala era um lamento… Sua estória um mistério. O frisson, o espanto… era outro… Em verso branco… que eu odeio… Esta tarde quando eu sentei pra escrever… Pensei sobre o que escrever… E deixei pra lá… fiz um rascunho de um outro livro que eu estou formulando… “O Livro da Noite”.
A criação é um ato humano. Um capricho.
O que eu estou escrevendo é uma provocação… Questões como a religião são só um dos viéses em aberto… A mentira e a força de um Credo de Nicéia controlado por uma camarilla qua vai se desfazer no século quinze… a maldição dos dois irmão ressugirá como um látego…
No fim isso se parece com minha propria história… Ateísmo, descontento… Misantropia. O livro por vir… De onde vem? A condição estética imposta pela vontade de quem escreve pode ser considerada uma… imitação?
Esta tarde eu pensei na condição do escritor, pois quem escreve é um escritor… a distância entre um e outro seriam apenas o tempo… o número de leitores, e… A percepção do sujeito como num fractal… Perto ou longe uma expressão igual num ponto diferente da mesma coisa.