Dança...
Há dias que é preciso dançar! Como se o movimento fosse à salvação, e na verdade é. Por mais que houvesse a tentativa de concentração aquela noite doía seus ouvidos. Todo aquele ruído de mudança á incomodava intensamente... Não havia a possibilidade de permanecer sem seqüelas. Então deixou o livro sobre a cabeceira, arrumou o coração e partiu. Nada mais a segurava ali, exceto o que muda, e o que não muda afinal? No exato momento em que seu corpo tinha o gozo do passo ensaiado, e calmo descompassava velhos vícios de queimar.
Como se a dança fosse para ela como um cigarro de Lispector! Enquanto brasa queima embaçando a verdade da morte.