OS GERENTES

É curioso observar como as pessoas sem méritos pessoais que as destaquem do bando das ovelhas bestas, precisam lançar mão de artifícios prepotentes para se impor, ainda que por atributos negativos. Pois para elas, pior do que não ter qualidades é não ser sequer percebidas. Daí que essas pessoas preferem a má fama ao anonimato. Preferem ser ridículas a serem nulas. Esse tipo de gente é facilmente encontrado entre os bandidos e os gerentes.

É curioso notar que os gerentes (de bancos principalmente) levam uma certa desvantagem em relação aos bandidos. Pois estes, bem ou mal, cumprem um papel na sociedade, exercem ao menos a função de serem bandidos. Eles existem ao menos. Já os gerentes não cumprem papel nenhum, exceto os inúmeros que eles rubricam diariamente com as suas patas.

A função dos gerentes, por não terem importância especial que os eleve à categoria de produtores de algum bem socialmente necessário e reconhecido como tal, seria então a de meros despachantes inúteis e supérfluos. Mas se existe um componente básico nos gerentes é a mesquinharia com que se revestem na tentativa de dar uma função à função que exercem.

Um dos artifícios que eles criaram para fundamentar a existência (e a permanência) dos seus cargos, é o hábito de vestir a camisa das empresas que os empregam. Como agregados eles se tornam para as empresas os seus mais legítimos cães de guarda. Na verdade uns imbecis que cumprem um papel aviltante que certamente os seus patrões maiores jamais gostariam de cumprir, para não se exporem e não se indisporem demais junto aos seus empregados. Para isso (e somente por isso) é que existe a figura dos gerentes, cuja atribuição básica é se sentirem os donos da coisa e prejudicarem deliberadamente os seus colegas de trabalho, empregados como eles também.

Parece que os gerentes sentem uma espécie de prazer legítimo ao dedurar, se omitir ou se impor quando se trata de lesar os interesses dos funcionários. É compreensível que os gerentes queiram fazer alguma coisa, afinal eles precisam se sentir importantes para uma meia dúzia de lacaios, eles precisam dar a aparência de poder ao poder abstrato de que são vítimas. Eles no fundo precisam provar a si próprios que existem, que não são nulos. Daí que eles pegam os punhais, tapam os olhos e os atiram para todos os lados, os coitados.

Milton Rezende
Enviado por Milton Rezende em 12/12/2010
Código do texto: T2667491
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