Que gente é essa?

Quanta coisa esconde uma casa simples lá no alto da colina. Muitas casas quanto esconderão? Gente simples de casa simples no alto da colina. Casas de cortinas furadas, um crivo diferente bordado a balas de fuzil. Gente que corre de medo e se arrisca simplesmente vivendo. Que atura o estereótipo de favelado, de perigoso, de miserável. Que gente é essa, meu Deus, que insiste numa esperança cintilante e debochada que se mostra de coitada para sobreviver. Eita... Dias cruéis, dias que nossa alma quer saltar do corpo num arrepio. Ônibus ardem como fogueiras de São João, nossas ruas fechadas pela perversidade de um sonho mal sonhado de poder superar a dor de não ter condições de viver com dignidade. Nossos jovens morrendo como gado de corte, jogados nas vielas, nos lixos... Dias cruéis, sim, dias em que pais e mães entregam seus filhos, desalentados pelos caminhos errados que tomaram. Que sabemos nós da dor?

stelamaris
Enviado por stelamaris em 29/11/2010
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