ARROUBOS

Entre a convulsiva fantasia

Corpos vão do agonizado dia

Ao fio da meada da noite

Acenando outra dimensão

No talvez suficiente bastante

De um alguém humanamente meu

Se, querela de um jardim de Alá

Ou não, flor que deve ser flor

Famélico olhar apenas, sei lá...

Pura sede quiçá pintando suor

Angústia da carne de mesmo ser

Um beijo de boca risonha

Querendo pôr fim na refrega

E sair-se com boas maneiras!

É que entre os mares da indiferença

Aflitas bandeiras esvoaçantes

Aos eflúvios dos acontecimentos

Vão brincando com o desejo latente

Em suspiros soluçados de espirais

Palco das inevitáveis sensações

Onde tudo se há de dar, tudo.

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 23/11/2010
Código do texto: T2632794
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