REFLEXÕES DE UM ANDARILHO ZEN


     Ao caminhar pelas trilhas desconhecidas do Mundo das Fantasias, experimentei gostosos devaneios e, empolgado, deixei-me contagiar pelas estórias e personagens que eu mesmo criei...
     Assim, permiti que belas sereias me arrastassem para as profundezas escuras do oceano só para poder me deleitar com a visão de seus voluptuosos seios, balançando ao sabor das correntes marinhas, e deixei que feiticeiras celtas se embriagassem com poções mágicas em seus rituais secretos só para vê-las - livres de falsos pudores - promoverem orgias sexuais noite adentro.  Permiti, também, que luxuriantes virgens vestais me conduzissem pelos recintos dos templos da Roma Antiga, só para poder observar a nobreza desfrutando dos prazeres carnais em festas bacantes!


              Sereia                                                    Virgens Vestais
                        


     Na distante Ásia do século 13, permiti que belas escravas sexuais de haréns mongóis me iniciassem, fortuitamente, longe da vista dos ferozes guardas palacianos, nos prazeres do sexo selvagem e do tântrico!  Na Europa Medieval, infiltrei-me nas úmidas e escuras masmorras de castelos - onde os tribunais da Santa Inquisição encarceravam  mulheres condenadas por  bruxaria - e percebi que elas, imobilizadas por grilhões, eram  cruel e impiedosamente submetidas aos caprichos bestiais de seus carcereiros.
        Já nos escuros e perigosos guetos do Japão feudal, descortinei através de  ninjas assassinas  e  gueixas formosas os mistérios da dominação sexual com cordas (conhecida também como shibari), tema místico que encanta os ocidentais!


                  Mulheres de um harém                   Gueixa
                                 


     Dei muitas voltas pelo mundo mas foi na sensualidade, cumplicidade, candura, sexualidade latente e companheirismo das sinhás campesinas - mulheres que vivem nas bucólicas áreas rurais do Brasil - que encontrei o padrão feminino que sempre busquei...  Elas que, quando bolinadas no embalo das brincadeiras de pega-pega e de esconde-esconde lá no meio das plantações, sempre reagem com um fingido e não convincente "Vou contar tudo prá minha mãe!" , me conquistaram... Ah, como amo e idolatro  nossas sinhazinhas brejeiras!
     Hoje, pretendo trocar minha tenda mongol por uma aconchegante cabana - construída de preferência no topo de uma árvore em uma paradisíaca ilha - onde darei continuidade a essas gostosas incursões pelo universo das fantasias; ao lado, é claro, de uma sensual e fogosa sinhá que me preparará saborosos cafezinhos e me fará relaxantes cafunés quando minha inspiração estiver em baixa...


                        A cabana dos meus sonhos...
             




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                                 Dedico este ensaio a todos os poetas e poetisas
                               que se permitem devanear livremente para, assim,  
                          brindar seus leitores com deliciosas criações literárias.







Nils Zen
Enviado por Nils Zen em 17/11/2010
Reeditado em 18/11/2010
Código do texto: T2620865
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