JK de Corpo e Alma
Este livro é não só corpo, também alma de Jeane Keide, codinome JK, pelo duplo que a nomeia e pela alusão ao presidente Juscelino Kubitschek (in memoriam) de quem se mantém em profunda admiração, a ponto de servir-lhe-á motivo de inspiração.
Jeane Keide Melo dos Santos possui arcabouço acadêmico rico na área da Educação. Pedagoga, com um leque de atuações nesta área, não se detém, entretanto, vai além, penetra no mundo da literatura, na prosa, no verso.
Inicia esta obra com uma louvação a Juscelino Kubitschek e prossegue cantando os belos olhos azuis do deputado José Francisco Paes Landim, contudo, sem conotação político-ideológica.
No momento seguinte já nos deparamos com os acrósticos derivados de nomes de personalidades admiráveis.
A escrita de Jeane se divide em títulos, como “JK de Corpo e Alma”, em que presta várias homenagens; em “Vivências”, volta para si, abre-se para a vida, vive o amor, usa as mazelas físicas para encontrar a alma, acorda de um sonho mau e denuncia erro médico, relembra o paraíso perdido, quer fugir em um cometa e descobre a solidão. “Viagens”, como já anuncia o subtítulo, encontra saída nas janelas do tempo. Renasce na Parnaíba, onde o corpo e a mente se formam, percorre a cidade, com seus monumentos históricos, passeia pelo litoral, descobre o amor nas águas do mar, acaricia a brisa e rola na poeira que lhe cobre o corpo sedento de amor, para depois escapar-lhe. Volta a sonhar na imortalidade que a leva ao Planalto Central, em busca do seu ídolo registrado em símbolos. Grita o seu amor a Juscelino. Procura-o nas Minas Gerais. Retorna ao Piauí e canta suas belezas. Volta à fuga, em direção a Argentina. Quer escapar para o paraíso em vôo de busca. Convida o amor a segui-la.
Então, manifesta a alma no título “Espiritualidade”. Invoca Deus. Está em paz, pronta para unir-se ao Criador. Surpreende ao revisitar a infância e reencontrar-se na imagem do anjo Isabella, em acróstico simbolista. Incorpora-se em personalidades outras.
Jeane Keide parece alcançar o amor espiritual, mesmo assim, de encarnações desencontradas. Mas a epifania só se dá nas mãos milagrosas que a curam.
Jeane Keide ainda não se calou.
No título “Corpo e Alma” a voz do coração clama pelo homem que satisfará os seus desejos. Mergulha no lirismo erótico e chega ao passional. Caminha pelas ruas, becos, guetos e se perde no labirinto do amor. Quer despertar ciúmes no amado, quer ser Monalisa, mas o amor é uma incógnita e a poetisa sente a dor da traição. Descobre-se entre o céu e o inferno e desaba na tragédia grega. Questiona o amor, mas tenta elevá-lo às constelações. Vem o vazio. Encerra o seu canto com a paz renascida e o reencontro amoroso de almas gêmeas.
É espantoso como a poetisa rasga os sete véus e nos mostra uma alma densa e ao mesmo tempo clara, infiltrada em um belo corpo moreno, por meio de belos versos.
Assim, mostrou-se Jeane Keide.
Assim, compreendi Jeane Keide.