DIÁRIO DE UM MALDITO - 4
Diário De Um Maldito
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Escrever definitivamente é mais fácil que conversar e este é o motivo do amontoado de palavras que vômito todos os dias.
Uma tristeza enorme, sem motivo aparente, me acompanha desde que tenho consciência de mim. Ainda na adolescência, lembro-me que foram várias as vezes em que tentei libertar-me de toda essa pele, carne e ossos assentados sobre minha alma. Naquela época nem mesmo sabia o real significado de tanto sentimento tortuoso. Talvez nem hoje eu o saiba. O fato é, por vezes, eu ensaiava o corte em meus pulsos, roçando a lâmina sobre a derme temerosa, mas a coragem sumia quando as interrogações surgiam...
Maldito medo! Malditas dúvidas! Maldito seja o que domina minha mente e me faz temer o desconhecido!
A morte. Como Shakespeare questiona em Hamlet: “Que fim poderia ser mais devotamente desejado?”
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>>KCOS<<