O INDIVÍDUO EM SOCIEDADE E O AMOR NA SUA VALORAÇÃO- OPINIÃO.
(Onorato Ferreira Lima Filho/Sócrates Di Lima)

A vida em sociedade, advem da prática constante do bem.
Ora, se na relação humana tudo emerge do contraste do bem e do mal, como então, se vislumbra só o mal que assola a sociedade humana?
Em uma análise simplória, as relações humanas são indecifráveis, pois, o psíquico do ser humano é um enigma.
Pode se tentar entender, mas não decifrar.
A psicopatia advém do desequilíbrio mental que muitas das vezes emerge do berço e outras dos transtornos na convivência humana, os diversos problemas familiares, as rejeições,  as relações de namoro, o ciúme excessivo, etc...
Não se mata por amor, se mata por desequilibrio emocional, por falta de estrutura na célula humana que se torna degenerativa a medida em que o indivíduo se sente encurralado no seu próprio labirinto. O escorpião se auto-destroi, o individuo destroi o seu semelhante da maneira mais perversa e monstruosa, explicada ás vezes pela pscologia forense.
Viver bem em sociedade emerge de uma estrutura berçal, contudo, uma terapia bem conduzida pode ajudar o comportamento do individuo na sociedade, introdução e reintrodução.
Claro que os debilitados mentais são na sua maioria irrecuperáveis. Podem viver em sociedade, porém, a mercê das crises controláveis pela alopatia.
Já os monstros, esses não tem cura, são irrecuperáveis, detentores de células estrurural necrosada.
Não é errado crer que a vida do individuo na sociedade, tem origem nos problemas sociais e políticos, na qual, o mesmo individuo precisa ter a capacidade cognitiva, administrar seus próprios conflitos e no meio em que vive. A prima facie, tem o individuo que saber lidar com as suas frustrações, idealizações
e sobretudo, seus sonhos. Na verdade, mesmo não querendo, os problemas enfrentados pelo individuo na sociedade, são renovados a cada dia, ao fato de que a sociedade é composta de seres sociais, os quais são mutáveis e transitórios.
Cada ser social tem sua individualidade e sua própria luta incansável para solucionar seus conflitos, pois, a sociedade nada mais é do que este estado de coisas.
Se a sociedade não convivesse com seus conflitos e sonhos, não existiria a sociedade e cada individuo seria fadado ao seu próprio esquecimento.
Tenho que não é a sociedade que molda o individuo, mas, certo é que o comportamento de cada individuo é que molda uma sociedade.
Podemos concluir que o meio em que vive o individuo(sociedade), lhe é imposto regras de conduta, obediência a tratados de filósofos e sábios, obviamente que essa imposição gera larga escala de frustrações, cediço que o individuo não consegue realizar todos os seus desejos. E quando isto acontece, gera no individuo as crises neuróticas e estes não se submetem aos conflitos, as pressões, ameaças, e portanto, não assumem o compromisso com tais regras sociais, surgindo daí, o seu inferno astral, o sofrimento psíquico.
Numa análise Freudiana, o mesmo afirma..”....é como se por alguma falha ou marca do processo maturacional o individuo tivesse ficado retido ou regredisse a uma etapa do desenvolvimento infantil, vindo a manifestar bem mais tarde, na idade adulta os conflitos dela resultantes.”

Diante de toda a introspecção da vida do individuo na sociedade, tais distúrbios o leva a psicanálise na tentativa de se descobrir no grande invólucro humano.
 
“in tribus verbis”

 
 
 
“ O que é Psicanálise?
A psicanálise surgiu na década de 1890, por Sigmund Freud, através de conversas com pacientes, Freud acreditava que seus problemas originaram-se de uma não aceitação de tais acontecimentos em sua vida, sendo assim, reprimindo seus desejos no inconsciente, nascendo daí uma fantasia. O método básico da Psicanálise é o cliente numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente: sonhos, esperanças, desejos, fantasias, como também as experiências vividas nos primeiros anos de vida em família. Geralmente o analista simplesmente escuta, fazendo comentários somente quando no seu julgamento profissional visualiza uma oportunidade para que o cliente . tome conscientes os conteúdos reprimidos que precisam ser esclarecidos. Escutando seu cliente o analista tenta manter uma atitude de neutralidade. Uma postura de não-julgamento visando criar um ambiente seguro. Tendo como propósito descobrir as necessidades, complexos, traumas e tudo aquilo que perturba o equilíbrio emocional do indivíduo e que se encontra recalcada (afastada e presa) no inconsciente, visando a reeducação afetiva da pessoa, por meio da conscientização dos motivos que a levam a ter determinados comportamentos ou sintomas. A análise consiste essencialmente na evidenciação do significado inconsciente das palavras, ações e produções imaginárias (sonhos, fantasias, etc.) de um indivíduo.
 
 
 
Quem deve fazer análise?
Todas as pessoas que desejem conscientizar-se e compreender o sentido inconsciente de suas ações e sentimentos. Por tratar-se de uma técnica de tratamento cujo o maior recurso é analisar o indivíduo, está indicada para todos os clientes que apresentem algum sintoma como, por exemplo, depressão, stress, impulsividade, sentimento de culpa, complexos, traumas, tristeza e dificuldades em função de relacionamentos em geral, sintomas corporais sem causas especificadas, obsessões, medos, crises de ansiedade, dificuldade de aprendizagem, problemas sexuais de origem emocional, pânico, transtornos de humor e de personalidade, uso abusivo de álcool e drogas, relacionamentos conjugais, dentre outros.
 
 
 
Quais os resultados da Psicanálise?
Os resultados que se podem esperar de seu processo é uma maior compreensão das ações e sentimentos. do cliente, obtendo um auto conhecimento e auto-controle. De posse de uma maior compreensão a respeito de si mesmo, o cliente tenderá a viver de forma mais consciente, agindo em favor de uma melhor qualidade de vida para si, reduzindo, potencialmente, a manifestação dos sintomas antes vivenciados, enfim, promovendo mudanças em si mesmo. “ (SCOPSI).
 
Como dizia Galilei Galileu:
 
“ Você não pode ensinar nada a um homem, você pode apenas ajudá-lo a encontrar resposta dentro de si mesmo”.
 
Vale ainda ressaltar:
 
" A abrangência do trabalho de Freud está no sentido de desmistificar essa pretensa autonomia do indivíduo e sua capacidade natural em dar conta de sua vida como um ser independente e único. O desvelamento de processos inconscientes, que determinam em grande parte a conduta individual, e que são desconhecidos pelo próprio sujeito é, antes de tudo, uma crítica à razão que permeia a concepção de progresso da civilização ocidental. Desenvolvida nas primeiras décadas do século XX, a psicanálise pretendia ir “além da infantilidade” (Gay; 1989: 485) o que quebra a ilusão de um ser humano virtuoso e nobre em uma civilização “avançada”. Para nossos propósitos, no início do século XXI, em uma época que não condiz com a era vitoriana de Freud, as questões que se apresentam continuam a se basear no mesmo princípio que fundamenta a crítica do indivíduo autônomo."
 
A psicologia sócio-histórica de Vigotski, ao tratar da consciência humana, considera que esta não emerge das profundezas da alma e nem dos mecanismos cerebrais, mas sim na relação do homem com a realidade, ou seja, há uma história social que é vinculada ao trabalho e a linguagem (Luria, 23). O homem é um ser construído historicamente e sua subjetividade provém das circunstâncias em que vive no seu contexto social. Não há um indivíduo pronto e acabado, mas uma subjetividade em permanente construção."
 
“Para explicar as formas mais complexas da vida consciente do homem é imprescindível sair dos limites do organismo, buscar as origens desta vida consciente e do comportamento “categorial”, não nas profundezas do cérebro ou da alma, mas sim nas condições externas da vida e, em primeiro lugar, da vida social, nas formas histórico-sociais da existência do homem.” (1986:21)
 
“ A psicologia sócio-histórica possui as condições propícias de aplicabilidade, uma vez que considera o indivíduo em seu contexto social, situado não somente em uma dinâmica, mas principalmente em uma estrutura de classe. A base marxiana de seu pensamento revela as limitações do indivíduo inserido em uma estrutura de classes, o que o conceito de “competências” dilui e obscurece. Esta exige um indivíduo implicitamente cognitivo, com um aprendizado constante, com elementos internos desvinculados da relação social.
A exposição perante uma ideologia que o coloca como único responsável pelo sucesso profissional e que fomenta o individualismo exige uma abordagem que compreenda a base estrutural de formação, uma vez que as relações sociais fundamentais, como o trabalho e família, podem rapidamente se deteriorar.”
 
“ Monstros invisíveis da sociedade moderna
O espanhol Seve Calleja, professor de letras e literatura do Instituto Miguel de Unamuno de Bilbao e autor do livro "Desdichados Monstruos" (algo como “Monstros desafortunados”, sem tradução para o português), sustenta que na maioria das vezes os monstros nada mais são do que o “outro” com que nos deparamos em nosso convívio social, quando esse “outro” não está de acordo com nossos padrões – físicos, comportamentais ou ideológicos. “A feiura do monstro ressalta nossa beleza. E por isso nós precisamos dele, porque sua deformidade confirma nossa aparente normalidade, e sua perversão destaca nossa bondade. Quando ele não existe por perto, o projetamos em um animal, em um inimigo, no estranho ou em qualquer outra coisa, ainda que algumas vezes esse ‘outro’ se esconda em nós mesmos”.
Além disso, novos medos e desafios surgem com o passar do tempo, o que, para o helenista Donaldo Schüller, significa novas metamorfoses para os monstros. Na Grécia Antiga e em outras civilizações, os monstros eram aquelas criaturas horrendas à espera do herói em lugares distantes. Hoje, estão dentro das cidades e podem muitas vezes ser abstratos e invisíveis. Criminalidade, imigração, terrorismo, os já citados vírus e bactérias e até problemas como o aquecimento global e a repressão do Estado estariam incluídos nessa lista. “O monstro sempre diz respeito ao que os homens desconhecem, mas o problema não é o monstro em si – é como nos portamos diante dele”, diz o professor. “Os heróis gregos resolviam isso por meio da violência, mas Platão e outros pensadores nos ensinaram que podemos ‘enfrentar’ o outro, o estranho, por meio da compreensão, da tolerância e do entendimento.”
 Culturas diferentes, monstros diferentes, significados diferentes. Mas e quanto àqueles monstros que aparecem nas mais variadas sociedades? Terão eles o mesmo significado cultural? Não é o que parece. Pegue-se o exemplo do dragão. No Oriente, esses seres eram em geral benévolos e representavam, entre outras coisas, a renovação, a sabedoria, o nascimento e o ciclo dos climas. Já no Ocidente, a imagem do dragão é a de um ser rabugento, que vive numa caverna deitado sobre uma pilha de ouro prestes a soltar fogo pelas ventas caso alguém tente roubá-lo. Esse é o tipo de dragão que aparece no livro "O Hobbit", de J.R.R. Tolkien, o criador da saga "O Senhor dos Anéis". Especialista erudito em textos anglo-saxões antigos, Tolkien era fascinado pelos temas épicos. Sobre esse tipo de monstro, escreveu: “Um dragão não é uma ideia qualquer. Quaisquer que sejam suas origens, em fato ou invenção, o dragão das lendas é uma criação potente da imaginação humana, mais rica em significado do que sua montanha é em ouro”.
O antropólogo David Gilmore concorda. Em sua opinião, o dragão se tornou uma imagem tão poderosa e emblemática no imaginário coletivo mundial porque é “o” monstro perfeito. “Os dragões combinam elementos de diferentes animais encontrados em todo o mundo, como aves, répteis, mamíferos e às vezes até insetos, por isso simboliza um poder além do ordinário”, explica, chamando atenção para o fato de que monstros voadores que cospem fogo já aparecem na epopeia de Gilgamesh.
Em "O Livro dos Seres Imaginários", o escritor argentino Jorge Luis Borges também comenta o fascínio que sentimos por esses monstros. “Ignoramos o sentido do dragão, como ignoramos o sentido do Universo, mas em sua imagem existe alguma coisa que se coaduna com a imaginação dos homens, e assim o dragão surge em diferentes latitudes e idades.”
Quer sejam dragões, gigantes, ogros, quer sejam alienígenas, os monstros têm sempre acompanhado a história da humanidade com suas advertências gerais a sociedades inteiras ou revelações pessoais sobre nossa natureza individual, mostrando nossas limitações e reforçando nossa coragem. Apesar disso, é irônico que seja tão difícil para nós, que os criamos, responder às perguntas que Paul Shepard se faz na introdução de "The Others": “Qual é a finalidade dessas criaturas imaginárias? Elas são realmente substitutas para animais comuns ou têm seus próprios propósitos? O que são elas, de onde vêm e o que fazem aqui?”
A resposta é inconclusiva. Até onde sabemos, o Universo é um lugar frio e vazio de vida. O planeta Terra, até agora, é a única exceção. Nossas criaturas imaginárias, nossos monstros, dão um certo colorido a esse Cosmos aborrecido. Como escreveu David Quammen no fim de "O Monstro de Deus", “a única coisa mais pavorosa do que chegar a LV-426 [o planeta do filme Alien] e encontrar um ninho de aliens, desconfio, seria chegar lá, e no planeta inexplorado seguinte, e no seguinte, e não encontrar nada”. Por algum estranho motivo, para a nossa espécie é muito mais assustadora a ideia de um mundo sem monstros do que a de um Universo cheio dessas criaturas.” (Google)

Enfim, o individuo na sociedade vive o seu papel de louco ou céptico, cada um desenvolve o seu papel. Se o individuo necessita de um divã para se conhecer melhor, vai da intensidade ou gravidade dos seus próprios conflitos sociais.

O Divã é sempre bom para que o individuo sob a orientação de um profissional altamente qualificado possa se encontrar, pois, o psicólogo não vai mudar o indivíduo, vai ajudá-lo a conhecer os caminhos que seguia e os caminhos que possa seguir sem que para tanto necessite ser diferente, apenas se aceitar e conviver em sociedade que ele mesmo construiu.

Não existe sanidade que dure para sempre e nem insanidade que não se possa conhecer e administrar para que se possa viver numa sociedade ampla e capaz de aceitar seus próprios modelos, fazendo-os aptos a continuar a viver, mesmo com os conflitos próprios da raça humana. Quando tudo parecer normal a sociedade humana deixa de existir.

O amor e a forma de amar, jamais será um conflito social, será sempre o divã natural do ser humano na sociedade em que vive, será a sua tábua de salvação da hipocrisia, da utopia e da vã filosofia de que o amor não é insanidade, pois, o amor sano, não sobrevive á sua intensidade e maturidade.

Esta é a opinião de um individuo leigo, apenas uma opinião, S.M.J. e sob censura.

Sócrates Di Lima




Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 08/11/2010
Reeditado em 22/05/2012
Código do texto: T2603975
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