Palavras Finais
Foi Sêneca quem disse: Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz e como concordo com ele procuro ficar o menos preocupada possível com o que há de vir. E mais ainda seria tolice essa preocupação porque não há garantia nenhuma de que o que há de vir realmente venha ou mesmo que nós estejamos aqui para recebê-lo. Mesmo assim é impossível não fazer algumas considerações sobre o futuro após essas eleições.
Eu não votei na Dilma. Aceito de boa paz a sua vitória porque essa é a minha natureza. Mas o seu governo me assusta.
O primeiro grande susto vem do temor de que ela se sujeite aos conselhos de Lula. Principalmente porque ele já os está dando publicamente. Não importa se os conselhos sejam bons ou não. Embora o povo tenha votado em aprovação ao governo dele, não é mais o Presidente. Não pode agir como se fosse. É preciso dar espaço para que ela mostre a que veio. Ou não confia nela? Ou confia tanto que sabe que ela só fará o que ele mandar?
Não admiro nem respeito os “ismo” da História. Como professora de História conheço todos eles, no Brasil e no mundo e sei que são frutos de uma grande vaidade pessoal. O resultado, mais cedo ou mais tarde, é sempre o mesmo: danoso para a democracia, danoso para a sociedade. Seja ele Getulismo, Peronismo, Kircherismo, Chavismo,Stalinismo, Hitlerismo. Não faz a menor diferença se é de direita ou de esquerda. Dilma lutou contra o direitismo e espero sinceramente que não queira instalar o esquerdismo.
Quando eu era jovem, assim como a Dilma, não tive medo de expressar as minhas opiniões. Lutei com as armas que eu tinha para combater o bom combate. Passei madrugadas nas ruas colando furtivamente cartazes que depois seriam arrancados. Liderei movimentos grevistas. Subi em palanques. Meus amigos de então, Petistas. Ainda são. Continuamos amigos e não escondo minhas idéias. Eles eram e são pessoas sérias e honestas. E eu era tão boba que acreditava que só o fato de ser Petista era sinônimo de honestidade e integridade. E é este o meu maior assustamento com a Dilma. Não vou nem mencionar casos já conhecidos da corrupção em que petistas estiveram envolvidos, inclusive assassinatos. Mas esse caso da tal de Erenilde ou nome que se assemelhe me fez cair o queixo. Na Casa Civil? Debaixo dos olhos de Dilma? E ela não viu nada? Nem tomou parte?
E o que me deixa mais estarrecida ainda é o fato de ninguém dar importância a isso, nem as pessoas sérias do partido, nem o eleitorado. É como se não fosse com eles. E isso meus amigos, é a palavra de ordem para que a corrupção continue. Em um país sério isso não aconteceria. Mas o Brasil não é mesmo um país sério.
Porque escrevo sobre isso se tudo já está consumado? Porque me conheço e sei que sempre faço aquilo para que fui feita. E entre as coisas para que fui feita está ser uma cidadã de meu país. Então não há como ficar de boca fechada sem manifestar a minha opinião. E embora já me considere uma pessoa pacificada, falando bem menos que antes e com mais ponderação, não teria como simplesmente ignorar essa questão. Tenho lido tantas barbaridades sobre esse assunto, independente da facção seguida que não poderia deixar de escrever e expor a minha opinião de uma maneira que considero racional. Porque uma das grandes conseqüências do envolvimento com a política é a paixão, que é uma das grandes inimigas da razão.
Montaigne, meu mestre, de onde busco sempre a sabedoria, disse em um dos seus Ensaios: “Devemos disciplina e obediência aos reis, bons ou maus; isso é indispensável para que desempenhem seu papel.Mas nossa estima e nossa afeição não lha devemos a não ser que as mereçam”. Tanto Lula quanto Dilma já mereceram a minha afeição. Eu bem me lembro a primeira e única vez em que o vi. Eu estava na varanda de minha casa, rente a rua, ali no lado esquerdo de quem sobe a Santana e a carreata subia . Ele estava em um carro aberto e o carro parou em linha paralela ao meu olhar. Ele olhou para mim como se estivesse realmente me vendo e sorriu. E eu sorri de volta. Mais que sorri, meus olhos ficaram úmidos e eu completamente emocionada. Era um líder do povo. Mas hoje, não sei se lhe retribuiria o sorriso e ficaria emocionada. Um bom governo não justifica a corrupção.E enquanto espero, torço para que meu coração volte a se emocionar...
Foi Sêneca quem disse: Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz e como concordo com ele procuro ficar o menos preocupada possível com o que há de vir. E mais ainda seria tolice essa preocupação porque não há garantia nenhuma de que o que há de vir realmente venha ou mesmo que nós estejamos aqui para recebê-lo. Mesmo assim é impossível não fazer algumas considerações sobre o futuro após essas eleições.
Eu não votei na Dilma. Aceito de boa paz a sua vitória porque essa é a minha natureza. Mas o seu governo me assusta.
O primeiro grande susto vem do temor de que ela se sujeite aos conselhos de Lula. Principalmente porque ele já os está dando publicamente. Não importa se os conselhos sejam bons ou não. Embora o povo tenha votado em aprovação ao governo dele, não é mais o Presidente. Não pode agir como se fosse. É preciso dar espaço para que ela mostre a que veio. Ou não confia nela? Ou confia tanto que sabe que ela só fará o que ele mandar?
Não admiro nem respeito os “ismo” da História. Como professora de História conheço todos eles, no Brasil e no mundo e sei que são frutos de uma grande vaidade pessoal. O resultado, mais cedo ou mais tarde, é sempre o mesmo: danoso para a democracia, danoso para a sociedade. Seja ele Getulismo, Peronismo, Kircherismo, Chavismo,Stalinismo, Hitlerismo. Não faz a menor diferença se é de direita ou de esquerda. Dilma lutou contra o direitismo e espero sinceramente que não queira instalar o esquerdismo.
Quando eu era jovem, assim como a Dilma, não tive medo de expressar as minhas opiniões. Lutei com as armas que eu tinha para combater o bom combate. Passei madrugadas nas ruas colando furtivamente cartazes que depois seriam arrancados. Liderei movimentos grevistas. Subi em palanques. Meus amigos de então, Petistas. Ainda são. Continuamos amigos e não escondo minhas idéias. Eles eram e são pessoas sérias e honestas. E eu era tão boba que acreditava que só o fato de ser Petista era sinônimo de honestidade e integridade. E é este o meu maior assustamento com a Dilma. Não vou nem mencionar casos já conhecidos da corrupção em que petistas estiveram envolvidos, inclusive assassinatos. Mas esse caso da tal de Erenilde ou nome que se assemelhe me fez cair o queixo. Na Casa Civil? Debaixo dos olhos de Dilma? E ela não viu nada? Nem tomou parte?
E o que me deixa mais estarrecida ainda é o fato de ninguém dar importância a isso, nem as pessoas sérias do partido, nem o eleitorado. É como se não fosse com eles. E isso meus amigos, é a palavra de ordem para que a corrupção continue. Em um país sério isso não aconteceria. Mas o Brasil não é mesmo um país sério.
Porque escrevo sobre isso se tudo já está consumado? Porque me conheço e sei que sempre faço aquilo para que fui feita. E entre as coisas para que fui feita está ser uma cidadã de meu país. Então não há como ficar de boca fechada sem manifestar a minha opinião. E embora já me considere uma pessoa pacificada, falando bem menos que antes e com mais ponderação, não teria como simplesmente ignorar essa questão. Tenho lido tantas barbaridades sobre esse assunto, independente da facção seguida que não poderia deixar de escrever e expor a minha opinião de uma maneira que considero racional. Porque uma das grandes conseqüências do envolvimento com a política é a paixão, que é uma das grandes inimigas da razão.
Montaigne, meu mestre, de onde busco sempre a sabedoria, disse em um dos seus Ensaios: “Devemos disciplina e obediência aos reis, bons ou maus; isso é indispensável para que desempenhem seu papel.Mas nossa estima e nossa afeição não lha devemos a não ser que as mereçam”. Tanto Lula quanto Dilma já mereceram a minha afeição. Eu bem me lembro a primeira e única vez em que o vi. Eu estava na varanda de minha casa, rente a rua, ali no lado esquerdo de quem sobe a Santana e a carreata subia . Ele estava em um carro aberto e o carro parou em linha paralela ao meu olhar. Ele olhou para mim como se estivesse realmente me vendo e sorriu. E eu sorri de volta. Mais que sorri, meus olhos ficaram úmidos e eu completamente emocionada. Era um líder do povo. Mas hoje, não sei se lhe retribuiria o sorriso e ficaria emocionada. Um bom governo não justifica a corrupção.E enquanto espero, torço para que meu coração volte a se emocionar...