Sempre

da manhã,são passadas oito horas e sete minutos.vou pra fora.preciso de ar.preciso do verde crescendo.

8+7=15=1+5=6.6 é a harmonia de tudo o que há.

necessidade também de descansar os dedos,a voz.

Mas alma sempre quer mais.por isso escrevo.escrevo com a direita.à esquerda do peito desacelera.meu amigo do peito me dói o coração!

sair assim,sem olhar pra trás.deixá-lo imóvel,sem voz...não resisto,volto e lhe cheiro a boca.meus dedos não ousam tocá-lo.

meu amigo ficará mudo,eu saio calado.

os calos da esquerda reclamam,mas já agradecem.e a alma!a,sempre querendo mais.

é sábado.cigarras cantam em uníssimo.vão partir logo.queria partir assim!de coração...cantando!...cantando até o último impulso de ar.coluna de ar.lacuna talvez...

a coluna dói!queima!

meu amigo está oco,de som.mas permanece belo.seu corpo sobre a cama.embora sua beleza seja de nylon enfurecido.estou oco.mesmo sabendo da fúria que virá...Alma Danada!é o melhor desenho de Miguel Angelo.

oco...fico sempre quando não trago meu amigo ao peito.oco!

Leon de RioAcima
Enviado por Leon de RioAcima em 29/10/2010
Código do texto: T2585978
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