Sofrer por amor ou amor por sofrer?
Quando o sujeito se encontra em posição de constante busca de modelos de identificação, imaginando não possuir em si algo que "garanta" o amor do outro, ele se coloca no papel de objeto. O específico disto está na idéia de garantia.
Há de existir no imaginário do sujeito uma forma de suprimir a angústia da incerteza, numa falsa esperança de eliminar de vez a falta. Nesse caso como um ser de falta a priori, imagina que o outro também o é.
Nesse sentido fantasia saber o que falta ao outro, e não sabendo busca externamente o que poderia ser. Ter o que falta ao outro e ser o objeto de investimento desse outro, é ser a pessoa amada e possuir a garantia de que, se quiser poderá destituir-se desse lugar a seu bel prazer, numa condição egoísta de ter o outro em seu poder.
Colocar-se como objeto a princípio se resume numa estratégia para alcançar a satisfação de seu desejo de amor. Ser amado é uma das idéias que existem por detrás do comportamento obstinado em busca de aprovação, e quando este comportamento se frustra no contato com a realidade é o que há por detrás do comportamento depressivo e das idéias de falência e fracasso.
Em sumo todo o mal de um sujeito, assim como todo o seu bem tem como causa o desejo: Por amor.