Um embate corriqueiro
Desde sempre, sempre desde que a conheceu, insistia num apelo entrecortado por uma apresentação em estado “natural”, que fosse ela, tão somente, ela - da forma menos artificial possível. Que fosse ela mais que olhos numa carne a sangrar, mas também ouvidos, que justamente pela impossibilidade de se tampar fizessem eco da beleza; que para ela se escondia. Que não fosse a mera (re) produção da tentativa em eliminar defeitos absorvidos por ouvidos ainda destreinados e, hodierno, atualizados no espelho maquiado. Mas que pudesse escutar tal apelo ecoando do espelho em uma voz carregada de vida, clamando por um simples, que fosse, vislumbre de si, de sorte que os defeitos apreendidos em seu imaginário pudessem ser não encobertos, mas abertos. E sendo abertos compreendesse que ela se fazia bela exatamente onde os defeitos apareciam.