Queimando fosfato
Quem dera que pudéssemos escolher no nascimento, o traçado de nossas vidas. Seria o ideal. Mas vamos crescendo com o aprendizado das experiências. E nos tornamos ou servis ou ditadores, ou meigos ou agressivos, ou espertos ou idiotas. Dizem os entendidos em psicologia, que nós mesmos é que fazemos as nossas opções. Não é um destino. É uma escolha. Porque o leque de opções, aberto, daria um ângulo de 360º . E no entanto, por inúmeras opções derrotistas, vamos nos aquietando.
O que você mudaria em sua vida? O que mudaria em você caso sua opção fosse de abertura às novidades? à coragem? à independência? Acostumamo-nos a permitir que alguém sempre dê as cartas... isto vem da infância... é hora de escovar dentes, de dormir, de levantar, de estudar, de passear, de brincar, de rir. De chorar não, porque o choro era sinônimo de manha ou covardia... então, muitos não choraram o necessário. E, quando alcançamos a adolescência, ainda estamos presos a convenções paternalistas. E mais uma vez, somos obrigados, pela dependência, a cumprir ordens.
De repente, adultecemos. Saímos de casa para enfrentar a vida a sós ou acompanhados. Os que saem acompanhados ficam presos às mesmas convenções impostas. Agora, através de outra pessoa, de educação diferente, de vontades diferentes, de sonhos diferentes. E com a convivência, tantas vezes, ruim, os sonhos vão sendo amortecidos, vamos nos embrutecendo. Não deveria ser assim, porque a escolha foi nossa, mas na verdade é.
De repente, também, chega à fase da vida onde deveríamos colher o que plantamos. Faltou adubo? Não. Faltou coragem? Sim. O que sempre falta na maioria das pessoas, é a famosa coragem. Coragem de enfrentar novas situações. Novos Desafios. Existe culpa externa? Na minha opinião, não. A culpa é nossa mesmo. Porque é tão mais cômodo sermos covardes e não enfrentarmos a vida de peito aberto. Rindo, chorando, esperneando, gozando. Mas enfim, vivendo. É tão mais fácil colocarmos a culpa em outras pessoas. Tão fácil. Assim, vamos nos acomodando mais e mais. Nós permitimos isto. Porque quem não permite, segue. Somos medrosos. Batalhadores, mas medrosos. Terrível, não?
É raro vivermos somente o hoje. O passado está sempre rondando o nosso presente. E geralmente o que ronda, é o passado ruim. E nem por isto, aprendemos. Erros do passado deveriam ficar no passado. Porque comete-los novamente, é na melhor das hipóteses, burrice. Que nada! Erramos porque buscamos acertar. Falta pontaria, creio. Sei que uma hora cansamos de não acertar na mosca. Não é só isto. Falta munição. E falta tempo, porque enquanto ficávamos insistindo no erro, o tempo passou e nem vimos. Queima fosfato, queima! O Sol arde lá fora...