Pobre não sabe votar?

O POVO APRENDENDO A VOTAR.

O Brasileiro mudou sua estima e agora quer participar das decisões.

"Que absurdo não?"

* Por David Cooperfild

Estamos vivendo um momento político eleitoral dos mais importantes. O pleito que decide a cada 4 anos o novo presidente da república do Brasil.

Para muitos, o processo eleitoral não passava de um covil de sanguessugas, interesseiros e saqueadores dos recursos do povo em benefício próprio e que por estes nada faziam.

E assim o direito do voto, adquirido à duras penas, de nada lhe servia, se não para vendê-lo ou trocá-lo por algum objeto ou valor irrisório, (mais significativo para o recebedor carente) por não acreditar no voto como ferramenta de decisão, mudança e transformação de sua própria vida, filhos e netos. Que os grupos políticos até então, haviam dado razões e motivos de sobra para descrença geral no processo, isso não se pode negar.

Mas hoje presenciamos um momento singular em nossa história política. Após séculos de dominação aristocrática e conservadora na cúpula do governo em suas diferentes instancias (federal, estadual e municipal), o povo adquiriu a consciência de que também poderia e devia governar com inteligência, comprometimento e ousadia. E para isso elegeu um dos seus - um operário - do meio do povo e da luta sindical por melhorias salariais para o exercício do cargo mais importante do Brasil.

A partir de então, para surpresa de muitos e das elites descontentes. O Brasil inaugurou um novo ciclo de crescimento, com expansão do mercado de consumo de massa, combinado com geração de emprego, distribuição de renda e inclusão social. Pela primeira vez na história do Brasil a ONU incluiu este país entre as nações com alto desenvolvimento humano.

O Brasil mudou a sua cara! Antes triste e desesperançosa para um rosto de felicidade e esperança na possibilidade de juntos construírem um futuro melhor para todos sem distinção de cor, raça e cultura. Visando maior qualidade de vida, aumento da produção no campo e na cidade, mais educação, enfim, mais oportunidade e cidadania para um número maior de brasileiros.

A nova cara do Brasil é apontada pelos dados apontam um crescimento crescente. Entre 2002 e 2008, 15,5 milhões de brasileiros saíram da classe E, ocasionado uma redução drástica no grupo populacional classificado como pobre, de 74,1 para 53,8 milhões. A classe dentro do perfil - extremamente pobre - diminuiu de 34,5 para 19,6 milhões. A classe C, quem diria, é hoje a maioria da população, correspondendo a 53% dos brasileiros. O bolsa família somado a outras políticas sociais garantiram o consumo de produtos básicos até então escassos na mesa do povo sofrido e excluído do consumo de determinados gêneros alimentícios que se acreditava ser exclusivo das classes mais abastecidas. Tudo isso acabou por estimular a produção e criação de novos postos de trabalho no mercado formal.

Agora o brasileiro que não é indiferente e muito menos ingênuo - como acreditavam as elites dominantes - está cada vez mais participativo e atuante no sentido de cobrar, acompanhar, analisar e avaliar o desempenho de seus representantes no poder.

O povo passou a acreditar novamente que juntos, (pois são a maioria da nação), não precisam mais do favor dos poderosos, da compreensão das elites locais donatários do poder, da submissão aos aristocratas arrogantes e da esmola dos governantes assistencialistas que se apoiavam na falta de convicção dos oprimidos acerca de suas capacidades para tomar decisões.

Opressão nunca mais! Submissão jamais! Agora o povo quer governar, participar de todas as decisões, ser protagonista de seu presente e juntos construir um futuro melhor para si e seus filhos. O voto agora não será mais ferramenta de troca e venda e sim de transformação através da união e da consciência coletiva mais crítica e perseverante. (Não quero ser ingênuo a ponto de afirmar que isso não ocorra mais), a aquisição da consciência é um processo em construção já iniciado.

O Brasil será gradativamente de todos e não mais de uma minoria. O brasileiro aprendeu que votar é preciso e assim o fará a revelia dos dominadores ansiosos por aliciá-los através da compra e manutenção de currais eleitoreiros. Mas para sua angustia e desespero o gado dócil de outrora se revoltou e abandonou o curral, agora querem ser livres e decidirem sobre seu próprio destino.

* Historiador pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI, Pedagogo pela Universidade Federal do Piauí e Pós-Graduado em Gestão do Trabalho Pedagógico: Orientação e Supervisão pela FACINTER.

David Bandian
Enviado por David Bandian em 25/10/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2577868
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