Um título complicaria tudo...
Por alguns dias, não instantes, dias, é necessária voltar-se pra si. Sentir-se, mas sentir-se através de outros. Através de palavras escritas no tempo, de cousas montadas simplesmente para seu entretenimento. Sentir-se através do que te afeta, sentir a linguagem, percebe-la para pertence-la. Domar, apropriar-se, criar e imergir no universo simbólico.
Dias para percerber e se deixar criar pela palavra criadoura. Palavras que criam o mundo, que criam o que sinto, que me afetam, que me colocam em exta-se, que me deixam louco, que me isso, que me aquilo e mais e mais e mais e mais e mais. Ufa.
Deixar a imaginação se unir ao pensamento, sim, são diferentes. Através de outras mãos, de outros mundos criar minha realidade. Realidade? Você que agora interpreta os signos que aqui imprimo , me diz o que é o normal. Me diz o que é o real!
Se assimilo o universo a uma análise análoga de mim mesmo, do ser, do homem máquina que sou, assim também ambos são dotados de pluralidade. Já não sou eu quem escrevo, nem nunca escrevi, nem ousarei escrever. Tampouco os poetas populares escreveram ou os mais dotados gênios ocultistas. Todos expressam apenas um dicurso perdido no cosmo, uns mais médiuns que outros, mas nada original. Quando falo, eles falam, quando eles falam, outros falam, e quando os outros falam, algo fala.
A linguistica é una, o homem quem é plural.
Dou início a criação querendo dizer algo que nem sei e nem lembro, em instantes chega Pessoa e já quer falar também, e aos poucos chegam Papus, Platão, Pierce são tantos falando ao mesmo tempo que me inquietam e meus pensamentos não me obedecem mais no papel.
Saiam, fujam todos e me deixem comigo. Eles zombam de mim: ninguem está só com seus pensamentos seu tolo. Não existe o meu, nem o nosso, existe apenas um coletivo.
O universo plural é uno.