CONSTANTE x CARMEN 
 
Carmen: ... pude observar que muitas coisas que antes pareciam ser rotineiras eram na verdade constantes. É fato que uma ação em algum momento completa a outra, senão pelo fato de tudo aquilo que não se finda entre o rotineiro e o constante. Tomarei como exemplo os sentimentos.
Usarei a felicidade para explicar.
Estar feliz é o ato de sentir felicidade por motivos variados ou até mesmo pela falta de motivos. (Há aquele que não procura pelo motivo que o levou a estar feliz quando não sabe por que esta se sentindo assim).
Este sentir normalmente é rotineiro (se avaliada a duração deste ato), mas deve ser diferente se sua maneira de atuar muda. Numa hora se é feliz por tal coisa, noutra (em outra circunstância) já se é de outra maneira.
Se este ato perdurar por um tempo maior e significativo, logo agregaremos à constância. Então, o que não se pode findar entre o rotineiro e o constante é a maneira de expressar/viver tal sentimento.
Isso muda tudo e toda a forma de sentir, pois de que vale estar feliz por algo/alguém se não sabemos expressar o valor deste ato?
De que vale possuir a felicidade quando não entendemos tal significância?

Constante: ao se possuir algo que não tem ligação com a razão, no caso um sentimento, este deixa de ser constante pelo tempo que vive numa circunstância.
O constante está lnas coisas absolutas e comprovadas.
Se, algo acontece varias vezes não é constante e sim repetitivo.
Não se deve associar ações manejadas inúmeras vezes (neste caso, estar feliz todos os dias) para atribuir constância a elas.
Para este fato, o sentimento em questão não foi um bom exemplo.
Analisamos: o constante está nas coisas imortais e intocáveis. Esta nas obras que não precisam ser alteradas, esta nas letras que não precisam ser reescritas.
Mora na arte absoluta. Se, por fato, alguma coisa se torna rotineira, esta deve ser associada somente aos desequilíbrios do ser humano e a eterna troca de favores usada por eles. Todos os dias a humanidade segue regras criadas por ela mesma e morre bebendo seu próprio veneno.
O constante é tudo aquilo que todos tentam possuir, mas somente pelo fato de desejar de maneira errônea, tornam-se inconstantes. O não entendimento faz não ter sentido. 

Carmen: é certo falar que tudo que existe não está sob nosso controle?
É correto afirmar que tudo o que vivemos e sentimos é inconstante?

Constante: mais do que correto, é justo.
O ser humano deixou de ser constante no momento em que se afastou do divino. Inventou suas leis e verdades. Suas manias e fissuras.
Fala-se tanto no fim do mundo, mas se esquecem que todo dia é o fim
. O inconstante domina as formas de poder, domina a racionalidade e com isso cada vez mais os seres humanos abdicam por coisas desnecessárias e inúteis. Fingem estar no controle, pois é mais fácil viver assim. 

Carmen: afirma-me que já existe um fim, o que seria preciso para um novo começo?

Constante: consciência divina, respeito humano e igualdade existencial.
A consciência divina está na maneira de encarar e viver a criação. Esta no respeito absoluto por tudo aquilo que habita e vive.
Deve-se encarar o poder do universo e respeitar a presença de Deus em todas as coisas. Para sentir a sua presença entra o respeito humano. Este consiste em respeitar a si mesmo e os demais seres, sem qualquer sentimento ruim ou de inferioridade. Somente quando vivenciada a presença de Deus, o ser humano estará capacitado e pronto para viver a igualdade existencial.
Neste momento, todos os seres vivos terão igual importância e valores iguais. Todos serão ouvidos e falarão.
Desta maneira a energia vital abraçará todos no mesmo toque e estes estarão prontos para viver o constante.
Enquanto isso, todos existem apenas no plano rotineiro.

 

Carmen Locatelli
Enviado por Carmen Locatelli em 11/09/2010
Reeditado em 31/03/2024
Código do texto: T2491550
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.