Sobre livros
Livros. Palavras, escritas retas ou tortas, palavras. Acho que cada um de nós é um escritor, mesmo os que não escrevem em um papel. Cada um escreve um livro sem escrever. Cada um tem um livro importante, o seu livro da vida. Alguns tem mais de um livro, o que torna as vezes problemático o enredo de ambos, a não ser que seja um livro complementar, variante de diário a livro de magias. Mas estes são escritos com palavras, com tinta e pena, com agulha e sangue para os mais corajosos ou brutais. Os mais antigos tendem a ser melhores, podem se sobresair em originalidade, em qualidade e com certeza tendem a ser mais grossos por possuir mais conteúdo. Felizmente, conteúdo. É o que falta em livros mais novos, pensam muitos escritores que não tem mais o que abordar como enredo (principalmente na hora de escrever seu livro sem tinta, ou nas horas ociosas, que é onde escritores e poetas escrevem.). Mas sempre aparece um ou outro que mesmo inspirado em um anterior. Ora, os antigos e originais tiveram suas inspirações. Não é o fato de elas terem sido mais ..."puras", que pode levá-los a acusar os posteriores de plágio. As mãos são plagiadoras das mentes por terem escrito o que a primeira pensou antes? Existem copiadores, isso afirmo que existem. Não refletem sobre a inspiração dada, seja ela pura ou bruta para ser lapidada. Falta de reflexão torna um espelho inútil, e uma ideia ultrapassada. Na maioria das vezes é a falta de lapidação que faz a pedra preciosa daqueles livros perder grande parte de seu valor. No final das contas, copiadores de livros sem tinta não terminam seus livros com 'e foi feliz para sempre'. Foi feliz para sempre o que escreveu um bom livro sem tinta, foi feliz o que escreveu um bom livro com tinta, mais feliz para mim seria ter escrito ambos, o que nem sempre é possível. No final, apenas livros sem tinta de páginas com linhas tortas. Escritas corretamente, arquivadas em uma biblioteca transcendental.