ENVELHECIMENTO E ESPIRITUALIDADE
Pelo mundo, o assunto "saúde, envelhecimento e longevidade" tem permeado com insistência os anais dos estudiosos e vindo à pauta nos diversos congressos e debates multiprofissionais.
É fato também que há muito a ciência tenta se aproximar da espiritualidade, e ambas, num panorama já bem mais contemporâneo, unem suas demarcações para melhor contextualizar o ser humano no seu habitat físico, aonde há grandes evidências da influência da espiritualidade pessoal na melhora da qualidade de vida, na modulação imunológica das doenças físicas e mentais, inclusive do seu efeito multiplicador de felicidade dentro das famílias e portanto dentro da sociedade de forma mais ampla.
Um "mundo desespiritualizado", ainda que pessoal, é um mundo doente!
Há que se enfatizar que a longevidade nem sempre se conecta ao amplo conceito de saúde, que em última análise seria o perfeito e integral bem estar do indivíduo dentro do seu meio, hoje portanto já incluindo as percepções da sua saúde ESPIRITUAL dentro da tal conceito.
Não haveria propósito em nos tornarmos longevos sem qualidade de vida e plenitude de "espírito".
Há que se deixar claro também que espiritualidade não se linca necessariamente à religiosidade, e sim, a um estado de percepção muito individual " de extensão" metafísica que varia individualmente de ser para ser.
Nesse sentido, há aqueles que a despeito de se declararem sem grandes crenças, atuam no seu meio de forma intensamente "espiritualizada", de tal sorte que suas obras geram grandes impactos no seu estado de saúde, bem como no status de felicidade individual, simplesmente por se sentirem transformando a contento o meio que os cercam.
Tenho comigo que a definição de " infelicidade" seria a sensação de desintegração e frustação "do ser" consigo em relação ao seu meio, no seu tão curto tempo nessa dimensão de vida.
Destarte, a maneira como os seres se relacionam em família, no seus mais próximos e distantes meios sociais, a forma como se doam nas suas atividades profissionais e voluntárias, a maneira de enxergar o mundo e se posicionar dentro dele, a capacidade de execução do exercício do "amor" ao próximo, uso as "aspas" posto que me refiro ao conceito de amor universal, na sua maior acepção de aplicação prática dentro das nossas vidas, enfim, a forma como nos situamos no todo influe dramaticamente na qualidade do nosso tempo de existência física...e plena.
O amor decerto que é único, mas como são várias e vastas as suas possibilidades aplicativas na vida de cada um de nós e nas dos nossos semelhantes.
É é esse o foco atual para a ciência da gerontologia.
Ampliar o tempo e melhorar a qualidade: De que forma isso ocorreria?
Não há quem nunca tenha ao menos ouvido falar de médicos que escreveram sobre a forte influência da espiritualidade e do exercício do "amor" na milagrosa cura de doenças já manifestas, tidas como "incuráveis" pela ciência médica.
Nesse contexto de vida e longevidade, insere-se também o gosto e o desfrute das artes e dos esportes no geral, que em muito tem participado como veículo fundamental de integração social e percepção de mundo na população mais longeva, uma vez que ao permitirem o "extravazamento do espírito" , tanto engrandecem o índice de "felicidade" humana, uma vez que, a única forma de exercitar a espiritualidade na busca duma plenitude humana terrena, se pauta no prazer dos interrelacionamentos "de alma".
No decurso de nossa vidas, estejamos nós em qualquer estágio de desenvolvimento espiritual, constatamos que nenhum ser humano de fato "é uma ilha".
Esse é um velho assunto que já ilustrou até os temas de textos dos vestibulares mais antigos.
Todos estamos conectados de uma ou outra forma.
Não há a ação de um que não interfira na ação e reação do outro!
O conceito de espiritualidade é complexo e deveras abstrato e a sua percepção é extremamente sensitiva, próprio de cada um, quase um apelo da nossa extensão "de alma" para se fazer extravazar e " existir" no nosso tão concreto meio físico, bem como no nosso tão impermeável e misterioso entorno e propósito cósmico.
É a nítida sensação que por vezes carregamos dentro de nós, a de que não somos limitados apenas à nossa matéria corpórea.
É a certeza de pulsar "para fora" numa conectividade desconhecida porém misteriosa e sensorialmente íntima.
Nesse sentido, estudiosos das diversas ciências têm lincado quais seriam os fatores que tornam o Homem do século XXI tão longevo.
A lista de fatores é inacreditavelmente enorme, não caberia nesse meu simples texto, e pauta desde a intensa melhoria das ciências humanas, até por exemplo, as apólices de seguros, vejam só!
Porém, a cada dia, o exercício da espiritualidade ganha grande participação na lista dos estudiosos que constatam claríssimas evidências, cada vez maiores, de que "crer na extensão da existência e na nossa inserção num todo" nos torna mais felizes, posto que nos insere num propósito maior de existência.
As respostas não são nossas, as tantas que poderiam se propor a aquietar a nossa humana e ávida filosofia.
Porém algo é visível: a cada vez que sensitivamente "quebramos a matéria", grandes viagens nos são permitidas, e a da "felicidade" terrena, talvez nos seja a que maior amplitude de cenários nos oferece, ao nosso tão holístico complexo "corpo-mente-espírito".
Sentir, acreditar e atuar talvez seja a melhor forma de caminhar pelo tempo com qualidade!
Termino meu texto com a seguinte proposta: saúde, envelhecimento e longevidade? Sim...mas com qualidade e felicidade.
FELICIDADE, a que deveria permear todos os propósitos dos tão frágeis laços da nossa humana Humanidade.
Nota do autor:
Texto baseado em dados de palestras e conferências, bem como nas minhas experiências e impressões pessoais.