Ensaio Estranho
Tenho perdido o sono. Tenho me sentido mal, sem saber exatamente o porquê. Só tenho desconfianças do real motivo, mas não tenho certeza, e não posso crer também que tenha algo a ver com você.
É fato que tenho pensado em você, me preocupado com você. Tudo o que sei sobre você, sei através de outras pessoas. Sinto, às vezes, que tudo o que sei, não é nada. E isso me incomoda. Não quero muito, só saber como você está...
Não sei como te dizer, como te falar... na verdade, não sei nem por quê deveria te falar! Acho até que você pensa da mesma forma... isso me incomodava, não tem me incomodado, não mais. Não sei o que te dizer, muito menos se devo te dizer... qualquer coisa!
Qualquer coisa... sobre como estou me sentindo, como estou pensando em você, na gente. No que a gente teve, naquilo que me faltou de você... ou simplesmente em você, só você... é confuso, mas faz todo sentido, ao menos pra mim. Lembro de você, brinco com outros, com nossos amigos, com nossa... família! Sobre o que penso a teu respeito. É estranho.
Tenho me sentido estranho. Tenho sentido um estranho nó na garganta, tenho sentido como se pudesse me desmanchar em lágrimas, a qualquer momento. Isso não é exatamente sobre você. Isso é mais a respeito de mim mesmo.
Tenho rolado na cama, pensando... tenho perdido o sono, tenho dormido muito pouco, ultimamente... e isso sim, tem a ver com você!
Mais uma vez... sei de você pelos outros. E sei muito pouco. Sei que você não está mais do outro lado do país... mas sim do outro lado do mundo! Ou a meio caminho do outro lado...
A primeira vez em anos... primeira vez que sinto temor. Temor por você!Não pude evitar, pensar em você, atravessando o oceano, se dirigindo a um lugar tão perigoso, quanto Israel... um temor besta, de não mais te ver... não frente a frente, não pessoalmente. Quis ter um jeito mais direto de contigo me comunicar, de fazer recomendações, nada mais, o que mais poderia fazer?
E o que mais posso fazer? Só me preocupar... quanto ao temor besta, não sei mesmo, se em breve, como eu gostaria, vou te rever... não faço a menor idéia do que sentiria você, ao me rever... não sei, nem mesmo se vou te ver de novo, mesmo que volte pra casa... há tempos que não me preocupo com as duas coisas ao mesmo tempo, voltar pra casa, voltar a te ver... não parecem mais estar interligadas, aqui dentro.
Não sei mais o que você me esconde... não consigo mais esconder isso de você. Pode soltar foguetes! Eu admito, ainda te amo. Ainda penso em você; aqui dentro, teu nome não foi apagado. Aqui dentro, você faz ainda alguma diferença. Ainda me preocupo contigo. E agora, muito mais... certas loucuras tuas me metem medo, não de te perder... só de não ter mais nenhum sinal teu! ESSA tua aventura me dá medo...
Não estou tentando mais nada, não estou procurando me agarrar a uma última e remotíssima esperança de acabarmos juntos... e não estou, tampouco, me explicando, se o estivesse fazendo, não tenho nenhum motivo pra negá-lo. Não é medo de te perder... talvez só um último laço, bastante sutil, quase imperceptível... mas medo por mim? Não, por você!
Não que faça qualquer diferença pra você. Não espero mesmo que faça alguma. Egoísmo? Sim, talvez... queria só desafogar... estarei dizendo alguma novidade? Acho que não... não tenho mais idade pra esperar... só me preocupar!