Louco... eu ou o mundo?
È que assim, de repente, me peguei pensando
E pensando fui achando que estava enlouquecendo
E pensei que a loucura seria meu fim
Mas me enganei e achei graça que a loucura era o começo
Contudo, um começo que determinou um fim
Fim da hipocrisia lisonjeira que se carrega todo dia, que assola e nos tira a poesia
O fim da discórdia, da fadiga, do cansaço e o melhor, o fim da apatia
Pois como todo louco diz o que pensa, numa ofensa ressequida de felicidade
Passei da realidade formalizada a uma realidade escancarada
Deixando nu o político torpe que afirmava ser o que não era
Atropelando as idéias modernas de um povo acostumado a se acostumar
Uma gente que desaprendeu a amar, que em algum lugar se esqueceu de parar
Se esqueceu de gritar, de lutar e até de chorar
È que os loucos choram fácil, mas verdadeiramente
Com uma mente sem limites que adora dar palpites, ver o circo pegar fogo
Fogo? Fogo! Que desgosto, e o povo vai andando, se agachando, se curvando
Vai descendo e se esquecendo que a alma só tem um governante
Sábio ou errante..... e eu na minha loucura vejo a dor de um beija flor
Que parado batendo suas asas no ar tenta de uma flor o néctar sugar
Coitado, já esgotado não vê que a flor é de plástico como a capa do Fantástico
Desapontado sai a própria sorte procurando alguém que se importe
Mas quão sortudo será se encontrar aqui ou lá uma flor ainda verdadeira
Inteira ainda não tocada pela loucura desse tosco mundo impuro